CULTURA

Secretário de Cultura, Mário Frias, pede votos contra 'Lei Ator Paulo Gustavo'; entenda a polêmica

O PLP nº 73/2021 dispõe sobre apoio financeiro da União aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios para garantir ações emergenciais voltadas ao setor cultural, em virtude dos efeitos provocados pela pandemia da covid-19

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Mirella Araújo

Publicado em 23/05/2021 às 9:01 | Atualizado em 23/05/2021 às 9:27
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O Secretário Especial de Cultura, Mário Frias, utilizou suas redes sociais para pedir votos contra o Projeto de Lei Complementar (PLP) Nº 73/2021, chamado de "Lei Ator Paulo Gustavo", que está em consulta pública disponível no site do Senado. De acordo com o auxiliar do governo Jair Bolsonaro (sem partido), o projeto assinado pelo senador Paulo Rocha (PT-PA) seria uma tentativa dos parlamentares da bancada do PT de "criar palanque em cima de uma tragédia". 

Na página da consulta pública, segundo os votos apurado até este domingo (23), às 8h19, 44.039 pessoas votaram sim pelo apoio da proposição, enquanto 93.687 votaram não. "Vocês são doentios", dispara Mario Frias. "Na minha vida fui ensinado a ter princípios e valores inegociáveis. Respeitar o luto de uma família é um desses valores. É criminoso que usem a morte do Paulo para fins políticos/ideológicos", publicou no Twitter.

O PLP nº 73/2021 dispõe sobre apoio financeiro da União aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios para garantir ações emergenciais voltadas ao setor cultural. O texto propõe que o governo federal entregue mais de R$ 3 bilhões para aplicação destas ações, "que visem combater e  e mitigar os efeitos da pandemia da covid-19" na área cultural. Segundo o PLP aponta, estes recursos são do superávit financeiro apurado em balanço das fontes de receita vinculadas ao Fundo Nacional de Cultura. 

Sobre o nome do projeto homenagear o ator Paulo Gustavo, que faleceu no dia 4 de maio, vítima da covi-19 após 53 dias internado para tratar da doença, o senador Paulo Rocha afirma que seria uma homenagem justa. "Que vai ajudar todo o universo cultural brasileiro nesse momento tão difícil que o país atravessa com o nome de um de seus integrantes que é um exemplo de solidariedade ao próximo e aos mais necessitados para todo o país". 

MORTE

Diagnosticado com a covid-19, o ator e humorista Paulo Gustavo, 42 anos, foi internado no dia 13 de março no Rio de Janeiro, onde fazia tratamento com a ECMO, espécie de pulmão artificial. Ele chegou a apresentar uma melhora no dia 2 de maio, chegando a interagir com a equipe médica e o com o marido, o médico Thales Bretas. 

No dia seguinte, porém, um novo boletim divulgado pelo hospital indicou "piora acentuada no nível de consciência dos sinais vitais". Novos exames demonstraram ter havido embolia gasosa disseminada, incluindo o sistema nervoso central, em decorrência de uma fístula bronquíolo-venosa. Na terça-feira, outro boletim médico afirmou que o quadro do ator era irreversível. No mesmo dia, às 21h12, foi constatada a morte do ator. 

TRAJETÓRIA

Paulo Gustavo tinha 15 anos de carreira e era formado pela Casa das Artes de Laranjeiras. Ele se destacou nos palcos, conquistando o Brasil com irreverência em trabalhos no cinema e na televisão.

O ator teve reconhecimento nacional com a personagem de Dona Hermínia, e a partir daí deslanchou em novos projetos, incluindo os dois longas que foram sucesso de bilheteria. As séries "Vai que Cola" e "A Vila", no canal Multishow, também ficaram marcadas na sua carreira. Foram quatro peças de destaque (Minha Mãe é uma Peça, Hiperativo, 220 Volts e On-line), cinco programas (220 Volts – A Série, Vai Que Cola, Paulo Gustavo na Estrada, A Vila e Além da Ilha), assim como os longas sucesso de bilheteria (Divã, Minha Mãe é uma peça 1 e 2, Vai que Cola – O Filme, Os Homens São de Marte… E É Pra Lá que Eu Vou e a sequência Minha Vida em Marte).

 

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