O secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, afirmou, na tarde desta sexta-feira (7), que considera "muito importante" o trabalho que está sendo realizado pela CPI da Covid no Senado, pois acredita ser necessário esclarecer à população ações adotadas pelo governo federal ao longo da pandemia. A declaração do auxiliar do governador Paulo Câmara (PSB) foi dada durante entrevista à Rádio Jornal.
"É muito importante a realização dessa CPI, porque é preciso esclarecer à sociedade por qual motivo se gastou milhões de reais com a hidroxicloroquina. Eu não sou médico, sou advogado, mas como cidadão eu acho que houve um excesso de oferta e até um certo constrangimento para forçar o uso da cloroquina que gerou a demissão de dois ministros, o ministro (Luiz Henrique) Mandetta e o ministro Nelson Teich", declarou Pedro Eurico.
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Na entrevista, o secretário disse esperar, ainda, que a investigação tocada pela comissão parlamentar de inquérito esclareça as razões que teriam levado o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a adiar a aquisição de vacinas em 2020. "Por que se adiou tanto a negociação para aquisição das vacinas? Os governadores e prefeitos pediram, foram a Brasília, estiveram com o ex-ministro da Saúde, cobraram sistematicamente a aquisição das vacinas e elas infelizmente só chegaram em janeiro, e, assim mesmo, em uma quantidade reduzida. Hoje nós temos cerca de 18 capitais do Brasil, inclusive o Recife, onde não há a segunda dose da Coronavac porque faltou o IFA, o insumo farmacêutico que deveria vir da China. Eu acho que tudo isso terá que ser esclarecido e a sociedade espera uma conclusão responsável, sem politicagem, sem pré-julgamento, mas buscando a verdade dos fatos", observou.
Ao comentar o fato de o presidente ter, mais uma vez, usado a expressão "meu Exército" e dito que tem um decreto antilockdown pronto, Eurico afirmou que a declaração de Bolsonaro não passa de uma "bravata". "Eu acho isso bravata, exagero. O presidente da República tenta, de todo jeito, capitalizar o conflito, instalar o conflito no País. Ninguém pode dizer 'o meu Exército'. O Exército é da Nação. O Exército, as Forças Armadas estão aí para cumprir, defender a ordem e a Constituição. Não é patrimônio do presidente da República. E os nossos militares têm isso com muita clareza, eles têm o papel institucional e é fundamental para o País a garantia das instituições pelas Forças Armadas", cravou o secretário.