CPI DA COVID

Sou ministro da Saúde, não sou censor do presidente da República, diz Queiroga

Em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira, o ministro da Saúde repetiu a fórmula usada na primeira oitiva à comissão e se esquivou de avaliar as atitudes de Bolsonaro

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Estadão Conteúdo

Publicado em 08/06/2021 às 13:13
A postura do ministro Marcelo Queiroga no primeiro depoimento irritou membros da Comissão Parlamentar de Inquérito, que passaram a articular a reconvocação - FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL
Em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, repetiu a fórmula usada na primeira oitiva à comissão e se esquivou de avaliar as atitudes do presidente Jair Bolsonaro que contrariam medidas de enfrentamento à covid-19, como uso de máscara e distanciamento social. Em resposta ao relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), Queiroga afirmou não ser "censor" do presidente da República. Renan havia mostrado anteriormente um vídeo com episódios de aglomerações provocadas por Bolsonaro, chamando Queiroga de "omisso" pelo fato de o presidente continuar promovendo essas situações.
 
O ministro da Saúde disse já ter falado com o presidente sobre o assunto. Quando questionado o que o mandatário teria falado nesses encontros, Queiroga disse apenas que, em sua presença, Bolsonaro usa máscara "na grande maioria das vezes". O titular da Saúde afirmou também que orienta o presidente sobre essas questões. "Evidente que sim. Já informei que conversei com o presidente sobre esse assunto", disse ele.
 
"É um ato individual. As imagens falam por si só, estou aqui como ministro para ajudar o País, e não vou fazer juízo de valor a respeito da conduta do presidente da República", afirmou Queiroga, que disse ainda que as recomendações sanitárias "estão postas" e que cabe "a todos" aderir a essas medidas.
Copa América
No depoimento, Marcelo Queiroga afirmou que não existem provas de que a prática de esportes aumente a contaminação de atletas. A declaração foi dada em resposta aos questionamentos do relator Renan Calheiros sobre o Brasil ter aceitado sediar a Copa América. "Estados que aceitaram Copa América estão de acordo com a atividade. Decisão de fazer ou não evento (a copa) não compete ao Ministério da Saúde", disse Queiroga, segundo quem serão apresentados documentos que fundamentam a posição do governo sobre sediar o campeonato.
 
O ministro ainda alegou que não haverá risco de aglomerações e contaminação maior do coronavírus em razão da Copa América. "Copa América é evento pequeno com número pequeno de pessoas, não é Olimpíada", disse ele.
 
Queiroga também voltou a dizer que a vacinação contra a covid-19 das comitivas que disputarão o campeonato não será obrigatória, contrariando informação dada pelo ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos. A competição começa no próximo domingo, dia 13.
 

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