REPERCUSSÃO

Ministério da Defesa e comandantes das Forças Armadas repudiam falar de Aziz na CPI da Covid

Em nota, os militares afirmam que "não aceitarão qualquer ataque leviano" às Forças Armadas. Aziz tinha dito que fazia "muitos anos" que o Brasil não via "membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo"

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Amanda Azevedo, Estadão Conteúdo

Publicado em 07/07/2021 às 21:01 | Atualizado em 07/07/2021 às 21:30
Omar Aziz à mesa da CPI da Covid - Edilson Rodrigues/Agência Senado

O Ministério da Defesa e os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica repudiaram, nesta quarta-feira (7), as declarações do presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), sobre as Forças Armadas. Em nota, os militares dizem que "não aceitarão qualquer ataque leviano" às Forças Armadas.

O presidente da CPI da Covid tinha dito que fazia "muitos anos" que o Brasil não via "membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo". A declaração ocorreu durante o depoimento do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias, que acabou preso.

A manifestação dos militares foi compartilhada também pelo presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), que não fez comentários no post. 

Leia a íntegra da nota da Defesa e dos comandantes das Forças Armadas

O Ministro de Estado da Defesa e os Comandantes da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira repudiam veementemente as declarações do Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Senador Omar Aziz, no dia 07 de julho de 2021, desrespeitando as Forças Armadas e generalizando esquemas de corrupção.

Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável.

A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira são instituições pertencentes ao povo brasileiro e que gozam de elevada credibilidade junto à nossa sociedade conquistada ao longo dos séculos.

Por fim, as Forças Armadas do Brasil, ciosas de se constituírem fator essencial da estabilidade do País, pautam-se pela fiel observância da Lei e, acima de tudo, pelo equilíbrio, ponderação e comprometidas, desde o início da pandemia Covid-19, em preservar e salvar vidas.

As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às Instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro.

Senadores veem tentativa de intimidação das Forças Armadas

A nota gerou reação no Senado. Os parlamentares viram uma tentativa de intimidação após a prisão do ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Dias. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), tentou apaziguar as críticas e manifestou respeito às Forças.

"Intimidação eu não aceito", disse o senador Omar Aziz, no plenário. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), admitiu que a declaração foi provocada pelas decisões da CPI, classificadas por ele como "excessos". O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse ter o "mais profundo respeito" pelas forças militares e pediu união dos parlamentares para enfrentar a pandemia diante de um clima de incerteza e instabilidade.

"Quero externar aqui a mais absoluta expectativa, desejo e confiança de que a Comissão Parlamentar de Inquérito presidida pelo nobre colega senador Omar Aziz, com todos os membros que ali estão, possa se desincumbir do papel relevante de apuração de responsabilidades que constitui a agenda em si, a razão de ser de uma Comissão Parlamentar de Inquérito", disse Pacheco, fazendo um aceno à CPI e às Forças Armadas ao mesmo tempo, destacando a importância dos órgãos militares.

"Quero aqui deixar o registro de respeito às Forças Armadas do Brasil para que não paire a menor dúvida em relação ao que é o sentimento do Senado da República em relação às Forças Armadas."

 

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