O Ministério da Defesa e os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica repudiaram, nesta quarta-feira (7), as declarações do presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), sobre as Forças Armadas. Em nota, os militares dizem que "não aceitarão qualquer ataque leviano" às Forças Armadas.
O presidente da CPI da Covid tinha dito que fazia "muitos anos" que o Brasil não via "membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo". A declaração ocorreu durante o depoimento do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias, que acabou preso.
A manifestação dos militares foi compartilhada também pelo presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), que não fez comentários no post.
Leia a íntegra da nota da Defesa e dos comandantes das Forças Armadas
O Ministro de Estado da Defesa e os Comandantes da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira repudiam veementemente as declarações do Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Senador Omar Aziz, no dia 07 de julho de 2021, desrespeitando as Forças Armadas e generalizando esquemas de corrupção.
Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável.
A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira são instituições pertencentes ao povo brasileiro e que gozam de elevada credibilidade junto à nossa sociedade conquistada ao longo dos séculos.
Por fim, as Forças Armadas do Brasil, ciosas de se constituírem fator essencial da estabilidade do País, pautam-se pela fiel observância da Lei e, acima de tudo, pelo equilíbrio, ponderação e comprometidas, desde o início da pandemia Covid-19, em preservar e salvar vidas.
As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às Instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro.
Senadores veem tentativa de intimidação das Forças Armadas
A nota gerou reação no Senado. Os parlamentares viram uma tentativa de intimidação após a prisão do ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Dias. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), tentou apaziguar as críticas e manifestou respeito às Forças.
"Intimidação eu não aceito", disse o senador Omar Aziz, no plenário. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), admitiu que a declaração foi provocada pelas decisões da CPI, classificadas por ele como "excessos". O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse ter o "mais profundo respeito" pelas forças militares e pediu união dos parlamentares para enfrentar a pandemia diante de um clima de incerteza e instabilidade.
"Quero externar aqui a mais absoluta expectativa, desejo e confiança de que a Comissão Parlamentar de Inquérito presidida pelo nobre colega senador Omar Aziz, com todos os membros que ali estão, possa se desincumbir do papel relevante de apuração de responsabilidades que constitui a agenda em si, a razão de ser de uma Comissão Parlamentar de Inquérito", disse Pacheco, fazendo um aceno à CPI e às Forças Armadas ao mesmo tempo, destacando a importância dos órgãos militares.
"Quero aqui deixar o registro de respeito às Forças Armadas do Brasil para que não paire a menor dúvida em relação ao que é o sentimento do Senado da República em relação às Forças Armadas."