O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT) entrou com um requerimento na Câmara dos Deputados para solicitar que o ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, e os comandantes da Marinha, Almir Garnier Santos; do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira; e da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, compareçam à Casa.
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O pedido é para que o ministro e os três comandantes deem explicações a respeito de uma nota oficial assinada por eles na quarta-feira (7) em resposta a uma declaração do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o senador Omar Aziz sobre as Forças Armadas.
Durante o depoimento do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias na CPI na quarta (7), o presidente da CPI da Covid afirmou que fazia "muitos anos" que o Brasil não via "membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo". Posteriormente, Aziz acabou dando voz de prisão a Dias.
Dias foi preso devido as contradições que apresentou durante o seu depoimento à comissão, segundo Aziz, ainda que tenha assinado o compromisso de dizer a verdade. Uma das 10 irregularidades apontadas no auto de prisão em flagrante seria a afirmação de Dias de que não conhecia a pessoa que tentou tirá-lo do cargo de diretor de logística e também quem conseguiu mantê-lo.
"A esse respeito, é de conhecimento público as notícias de que houve tentativas de exoneração do depoente, inclusive por Pazuello (Eduardo, ex-ministro da Saúde) e que este não se concretizava por pedidos de políticos. Evidente, pois, falta com a verdade sobre esse tema", diz trecho do auto de prisão em flagrante contra Dias.
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Teor intimidatório
Na nota em resposta a Dias, o ministro e os comandantes afirmam que Aziz desrespeitou as Forças Armadas e generalizou esquemas de corrupção e a classificam a declaração do presidente da CPI como uma "acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável".
"As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às Instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro", diz trecho da nota.
Em seu requerimento Túlio Gadêlha apontou um "nítido teor intimidatório" no conteúdo da nota. "O documento se caracteriza como uma nítida ameaça aos trabalhos desenvolvidos pela CPI, à instituição do Senado Federal e consequentemente ao próprio Estado Democrático de Direito. Vejo como uma tentativa de intimidação e uma ameaça à democracia. As Forças Armadas não podem ser politizadas. Elas têm que estar do lado do Brasil, dos brasileiros", disse o deputado.