ESTADO DE SAÚDE

Após Bolsonaro passar por novos exames, cirurgia é inicialmente descartada

Com obstrução intestinal e dores no abdômen, o presidente está em "tratamento clínico conservador" em um hospital de São Paulo

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Amanda Azevedo, AFP, Estadão Conteúdo

Publicado em 15/07/2021 às 2:00 | Atualizado em 15/07/2021 às 2:09
Chegada de Bolsonaro ao Hospital Vila Nova Star, em São Paulo - NELSON ALMEIDA/AFP

Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) passar por novos exames, a equipe médica que o acompanha descartou, inicialmente, a necessidade de uma nova cirurgia. Com obstrução intestinal e dores no abdômen, o presidente foi transferido do Hospital das Forças Armadas, em Brasília, e deu entrada na noite desta quarta-feira (14) no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo.

Uma nota divulgada à noite pelo Vila Nova Star informa que o presidente permaneceria em intenso "tratamento clínico conservador". O comunicado informou, ainda, que o presidente já havia feito "avaliações clínicas, laboratoriais e de imagem" na capital paulista.

O médico Antônio Luiz Macedo, que foi responsável por operar o presidente no fim de 2018 - quando Bolsonaro foi atingido por uma facada, durante sua campanha eleitoral -, decidiu pela transferência para a capital paulista após analisar o quadro clínico de Bolsonaro.

"O Senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, foi transferido na noite desta quarta-feira para o Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, após passar por uma avaliação no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, e ser diagnosticado com um quadro de suboclusão intestinal. Após avaliações clínica, laboratoriais e de imagem realizadas, o Presidente permanecerá internado inicialmente em tratamento clínico conservador", diz o boletim médico.

O quadro de saúde suspende toda a agenda que Bolsonaro teria pelos próximos dias.

"Toda situação de obstrução intestinal tem sua gravidade. Ele vai ser acompanhado de perto, sobretudo com exame clínico, que é o mais importante nessa situação", afirmou Macedo, em entrevista à Jovem Pan. "Muitas vezes com jejum, hidratação e medicação o quadro reverte sem a necessidade de cirurgia."

Bolsonaro já passou por algumas cirurgias em decorrência da facada que recebeu no dia 6 de setembro de 2018, em Juiz de Fora, no interior de Minas. Desde a semana passada, o presidente vinha se queixando de uma crise de soluços. O incômodo ficou claro na live semanal da última quinta-feira. Na ocasião, Bolsonaro chegou a pedir desculpas logo no início da transmissão "Peço desculpas. Estou há uma semana com soluços, talvez eu não consiga me expressar adequadamente."

"Mais um desafio" 

O autor da facada, Adélio Bispo de Oliveira, um ex-filiado ao PSOL, foi diagnosticado com transtorno delirante e declarado inimputável pela justiça. Encontra-se hoje internado em uma unidade psiquiátrica de uma prisão de segurança máxima.

Bolsonaro, porém, afirma que a tentativa de assassinato foi planejada e teve respaldo político. Uma teoria que reiterou nesta quarta-feira em um tuíte sobre o problema de saúde mais recente.

 
 
 
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Uma publicação compartilhada por Jair M. Bolsonaro (@jairmessiasbolsonaro)

"Mais um desafio, consequência da tentativa de assassinato promovida por antigo filiado ao PSOL, braço esquerdo do PT, para impedir a vitória de milhões de brasileiros que queriam mudanças para o Brasil. Um atentado cruel não só contra mim, mas contra a nossa democracia", escreveu.

Em 2020, o presidente teve covid-19, apresentando sintomas leves da doença e não precisou ser hospitalizado.

A internação de Bolsonaro ocorre em um contexto de crise política e de erosão de sua popularidade, com denúncias de corrupção em contratos negociados por seu governo para enfrentar a pandemia do coronavírus, que já deixou quase 540 mil mortos no país.

Além disso, uma CPI no Senado investiga as supostas omissões de seu governo na luta contra o coronavírus há quase três meses e nesta quarta-feira foi prorrogada por mais 90 dias.

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