Tensão

Comando das Forças Armadas apoia determinação de Bolsonaro de ameaçar eleições, diz portal

No início do mês, o presidente afirmou que caso o Brasil não adote o voto impresso não haverá eleições em 2022

Cadastrado por

Renata Monteiro

Publicado em 22/07/2021 às 17:37 | Atualizado em 22/07/2021 às 18:58
Novos comandantes das Forças Armadas ao lado do presidente Jair Bolsonaro - REPRODUÇÃO/TWITTER/@JAIRBOLSONARO

Segundo informações publicadas na coluna de Thaís Oyama no UOL, os três comandantes das Forças Armadas estariam alinhados com a determinação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de impedir a realização da eleição presidencial do ano que vem, caso o voto impresso não seja implementado no Brasil. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, no dia 8 de julho o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, teria dito ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que não haveria pleito em 2022 sem o voto impresso. Lira nega que isso tenha ocorrido.

As informações divulgadas por Oyama apontam que os chefes do Exército, Marinha e Aeronáutica estão ancorando o apoio ao posicionamento bolsonarista em dois argumentos, um para consumo público e outro restrito aos bastidores militares.

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O primeiro argumento seria de que, ao condicionar a realização das eleições ao voto impresso, as Forças Armadas não estariam se alinhando a Bolsonaro, mas evitando um "grave conflito social" que pode surgir caso a eleição seja questionada. O segundo aponta para a rejeição do nome do ex-presidente Lula (PT), que tem liderado as pesquisas de intenção de voto, na cúpula das Forças.

"O sentimento dos militares — incluindo o dos três comandantes— é de que não irão conseguir fazer Lula subir a rampa do Palácio do Planalto de qualquer jeito", afirmou uma fonte, em reserva, ao portal.

No início do mês, o presidente afirmou que caso o Brasil não adote o voto impresso não haverá eleições em 2022. "As eleições no ano que vem serão limpas. Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições", disse, na ocasião. Apesar da declaração, não há nenhum indício ou fraude compravada nas eleições brasileiras desde a adoção das urnas eletrônicas.

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