Atualizada às 13h27
Manifestantes foram às ruas do Recife neste sábado (24) para protestar contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a terceira vez neste ano. A concentração ocorreu na Praça do Derby e, por volta das 10h20, eles começaram a se deslocar em direção à Avenida Conde da Boa Vista, com destino final na Avenida a Guararapes, área central do Recife. O grupo passou pela Ponte Duarte Coelho, onde ocorreram os ataques da Polícia Militar contra manifestantes no dia 29 de maio. Foi nesse local, que o adesivador Daniel Campelo foi atingido no olho, e veio a perder a visão. O ato foi dispersado por volta das 13h.
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A principal pauta dos movimentos sindicais, sociais e partidos políticos de esquerda, que convocaram os protestos em todo o País, é o impeachment do presidente. Eles também reivindicam a vacinação da população contra a covid-19, maior cobertura do auxílio emergencial e se opõem a Reforma Administrativa, política de privatizações do governo federal, ao corte de verbas para as universidades e também aos questionamentos do presidente sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas.
O protesto seguiu de forma pacífica e foi acompanhado por viaturas da Polícia Militar, a distância, e por guardas da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) em motocicletas. Os manifestantes empunhavam faixas, cartazes e bandeiras que pediam a saída do presidente, a defesa do voto eletrônico e vacina contra covid-19 para todos.
Durante o percurso, os presentes repetiam gritos de "Fora Bolsonaro" e "Bolsonaro Genocida", e eram acompanhados por instrumentos de percussão. Boa parte deles usava máscara e roupas na cor vermelha, mas a bandeira do Brasil também estava presente.
Manifestantes
Entre os manifestantes, havia aposentados, representantes de centrais sindicais, indígenas entre as pessoas que estavam nas ruas. Um deles era o aposentado Saluster Salustiano, de 65 anos, que conta que a sua principal bandeira é mesmo o impeachment.
"É o fora Bolsonaro, mais focado, é importante esse fora Bolsonaro porque já não se suporta mais. O Brasil está se quebrando todo. Se este homem sair, nós não sabemos onde vamos parar. Fora Bolsonaro. Porque nós não podemos mais continuar com esse homem, deveria ser eleições gerais já, mas o que se pode fazer? Vamos como a Justiça vai resolver essa situação, porque ele está todo incriminado", afirmou o aposentado à equipe de reportagem da TV Jornal.
A indígena Iraci Borges, do povo Xukuru, foi de Pesqueira, no agreste do estado, para participar da manifestação. "Eu estou aqui junto com o movimento do MBL (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas) reivindicando os direitos de moradia, o direito do meu povo. Nós precisamos de habitação, não tem, saúde não tem, vacina não tem. Nós que fazemos parte da nossa aldeia estamos na frente pedindo a Bolsonaro que ele saia do governo, para a gente poder ter nossos indígenas. Estão matando o nosso povo", disse.