O presidente Jair Bolsonaro voltou a questionar a credibilidade das próximas eleições nesta quarta-feira (11), um dia depois que o Congresso rejeitou uma proposta de alteração do sistema de votação eletrônica. Para continuar avançando no Congresso, o texto precisava de 308 votos favoráveis (entre 513 deputados), mas obteve apenas 229. Os contrários somaram 218 e houve 60 abstenções.
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Apesar da derrota e do fato de o presidente da Câmara, Arthur Lira, ter considerado o assunto encerrado, Bolsonaro interpretou os resultados como apoio à sua iniciativa."Foi dividido, 229 [a favor], 218 [contra], dividido. É sinal que metade não acredita 100% na lisura dos trabalhos do TSE. Não acreditam que o resultado ali no final seja confiável", disse. Bolsonaro também afirmou que parte dos que votaram contra ou se abstiveram foram chantageados.
Bolsonaro, que chegou a ameaçar não realizar as eleições de 2022 sem a reforma, deseja que as urnas imprimam um recibo para que os votos possam ser contados fisicamente. Ele afirma que houve fraude nas duas últimas eleições presidenciais e que deveria ter vencido no primeiro turno em 2018, algo sem fundamento segundo a justiça eleitoral e especialistas.
Os constantes ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral levaram à abertura de investigações contra ele no TSE e no Supremo Tribunal Federal.
O presidente, muito desgastado por seu modo de enfrentar a pandemia do coronavírus, que deixa mais de 560 mil mortos no Brasil, também é investigado por suspeita de ter ignorado denúncias de corrupção na negociação para adquirir doses da vacina indiana Covaxin.