A carta divulgada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (9) chateou muitos bolsonaristas. Nas redes sociais, o termo 'Game Over' tem sido utilizado por eles para demonstrar a insatisfação com o recuo do chefe do Planalto. Nomes como Rodrigo Constantino e Allan dos Santos criticaram o ato de Bolsonaro.
- Bolsonaro diz que não quis agredir poderes e que ataques aconteceram 'no calor do momento'
- Leia a íntegra da 'Declaração à Nação' divulgada por Bolsonaro
- Carta redigida por Temer e conversa com Moraes: os bastidores do recuo de Bolsonaro após ataques ao STF
- Temer confirma participação em carta de Bolsonaro e fala em mudança de postura do presidente
No Twitter, Allan lembrou que o texto foi redigido com o auxílio do ex-presidente Michel Temer (MDB). "Em nota oficial, Bolsonaro pediu esculpas pelas palavras no calor do momento. Na CNN, Temer afirma que escreveu a nota. Game Over", publicou.
Na mesma rede social, Rodrigo Constantino disse que "parece que Bolsonaro tomou um xeque-mate". Segundo o comentarista, "depois da demonstração de força do povo, o presidente demonstra fraqueza. Situação bem complicada para os patriotas. Bolsonaro pode ter assinado sua derrota hoje", completou.
Nota assinada por Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro divulgou nota oficial na tarde desta quinta-feira (9), chamada de "Declaração à Nação", em que prega harmonia entre os poderes, manifesta "respeito pelas instituições da República" e pela Constituição. No texto, ele reconhece que ninguém tem o direito de "esticar a corda" a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e a economia.
Trata-se de um recuo do chefe do Planalto em sua radicalização após o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, reagir ao discurso de Bolsonaro nas manifestações de 7 de setembro. Fux alertou que desrespeitar decisões judiciais, uma promessa do presidente nos atos bolsonaristas quando o despacho saísse do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, configuraria crime de responsabilidade.
O presidente reconhece, na declaração, que suas divergências com o Poder Judiciário decorrem de conflitos de entendimento acerca de decisões do ministro Moraes no âmbito do inquérito das fake news.
Contudo, apesar de ter dito na última terça-feira (7) que não mais respeitaria despachos do magistrado, Bolsonaro afirma na nota que divergências devem ser resolvidas com medidas judiciais - ou seja, por meios de mecanismos recursais previstos na Constituição. "Quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum", afirma o chefe do Planalto. "Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição", acrescenta.