Apesar da pressão de seus apoiadores e das ameaças feitas ao Supremo Tribunal Federal (STF) nos atos de 7 de Setembro, o presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que não vai sair das quatro linhas da Constituição.
"Muitos que participam querem uma reação imediata, em especial do presidente. 'Ah, eu autorizo'. Eu não vou sair das quatro linhas. Nós, cada vez mais, vamos dizer a alguns: você tem que jogar dentro das quatro linhas, também", declarou Bolsonaro em transmissão ao vivo nas redes sociais. "Ninguém pediu fechamento de nada. Tem dispositivo na Constituição que eu sou contra, mas respeito", acrescentou.
Bolsonaro ainda negou que lidere atos democráticos e minimizou o levantamento de cartazes, nas manifestações bolsonaristas, pedindo a decretação do AI-5, o ato institucional mais severo da ditadura militar. "Não existe mais ato institucional", disse.
- Leia a íntegra da 'Declaração à Nação' divulgada por Bolsonaro
- Carta redigida por Temer e conversa com Moraes: os bastidores do recuo de Bolsonaro após ataques ao STF
- Mesmo após carta de pacificação, Bolsonaro volta a elogiar atos do 7 de setembro
- Aliados de Bolsonaro anunciam que vão à Justiça por liberdade de Zé Trovão
Segundo o chefe do Planalto, as manifestações de 7 de Setembro o ajudaram a desfazer, no exterior, a imagem de que ele é o "carrasco da democracia". No entanto, a imprensa internacional repercutiu os discursos de tom antidemocrático do presidente, como as ameaças ao STF e a possibilidade de descumprir decisões judiciais.
Em linha com queixas de manifestantes, Bolsonaro disse que quer "ter a certeza" de que não seria acordado com a Polícia Federal na sua casa por crimes relacionados à divulgação de fake news.
Para ele, os partidos que entraram no STF contra a Medida Provisória que dificulta a remoção de notícias falsas das redes sociais - PSB, PT, PSDB e Solidariedade - querem censura.