CORONAVÍRUS

A negacionistas alemães, Bolsonaro diz que 'covid apenas encurtou a vida por alguns dias ou semanas'

Presidente alegou ainda que os números de mortes em decorrência da doença no Brasil foram inflacionados

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Marcelo Aprígio

Publicado em 24/09/2021 às 11:47
Presidente Jair Bolsonaro (PL) - ALAN SANTOS/PR

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a dar declarações negacionistas sobre a covid-19. Em entrevista a ativistas de extrema-direita alemães no começo do mês, o mandatário afirmou que há uma supernotificação de mortes no Brasil e que a maior parte dos óbitos aconteceu em pessoas com comorbidades, que apenas tiveram suas vidas encurtadas “por alguns dias ou algumas semanas”.

"Muitas tinham alguma comorbidade. Então, a covid apenas encurtou a vida delas por alguns dias ou algumas semanas", disse o chefe do Poder Executivo naciona, negando dados que mostram o número cada vez maior de pessoas sem qualquer doença preexistente que morreram por causa do coronavírus.

A entrevista foi concedida no dia 8 de setembro, um dia após Bolsonaro protagonizar atos de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF). A conversa com Markus Haintz e Vicky Richter, que são ligados ao movimento negacionista Querdenken, de extrema-direita da Alemanha, não entrou na agenda oficial do presidente nem foi divulgada em suas redes sociais.

Números da pandemia

Nesta semana, Haintz publicou a entrevista em suas redes sociais. Nela, ao tratar da covid-19, Bolsonaro alegou que os números de mortes em decorrência da doença no Brasil foram inflacionados e acusou hospitais de colocarem as pessoas na UTI porque ganhariam mais dinheiro.

"Uma pessoa na UTI por covid custa 2 mil reais por dia. Uma pessoa numa UTI com outras doenças custa 1 mil reais. Então quando uma pessoa mais humilde vai no hospital ela é levada para a UTI porque os hospitais vão ganhar mais dinheiro, então tem uma supernotificação. Isso aconteceu. O número de mortes no Brasil foi superdimensionado", afirmou Bolsonaro.

No entanto, a declaração do presidente não encontra qualquer referência na realidade. Ao contrário, diversos especialistas e diversos estudos apontam para subnotificações nos casos e mortes por covid-19. 

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