O presidente Jair Bolsonaro ainda não decidiu por qual partido deve disputar a reeleição no próximo ano. Em 2018, ele se elegeu pelo PSL, mas rompeu com a legenda após uma disputa por controle político e financeiro e, hoje, está sem partido.
Atualmente, a Constituição Federal determina que a filiação partidária é uma condição de elegibilidade. Então, estar filiado a um partido político é uma obrigatoriedade para ser candidato.
No último fim de semana, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, disse ainda acreditar na filiação do presidente da República ao seu partido, o Progressistas (PP), para a disputa de 2022. "Hoje o partido mais perto do presidente se filiar eu 'ACHO' que é o Progressistas", escreveu Ciro ao Broadcast Político.
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Bolsonaro negociou sua filiação com pelo menos nove partidos, mas, até agora, não fechou com ninguém. Sem partido há 22 meses, ele precisa se filiar até o fim de março do ano que vem, seis meses antes da eleição, caso pretenda disputar a reeleição ou qualquer outro cargo.
Em entrevista divulgada na sexta-feira, 24, pela revista Veja, Bolsonaro disse que não irá fugir de estar no PP, PL ou Republicanos. "Não vou fugir de estar com esses partidos, conversando com eles. O PTB ofereceu pra mim também", disse à publicação.
O Progressistas é hoje uma das principais bases do governo Bolsonaro, além do ministro da Casa Civil, também são do partido o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, e o presidente da Câmara, Arthur Lira. Além disso, Bolsonaro já foi filiado por mais de dez anos à legenda. Apesar disso, alguns diretórios estaduais são resistentes à entrada de Bolsonaro e inclusive devem apoiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022, o maior adversário da reeleição do atual presidente.
Os apoiadores mais alinhados a Jair Bolsonaro começam a dar sinais de preocupação com a demora do presidente em escolher um partido para se filiar. A indefinição paralisa a estruturação das campanhas de bolsonaristas que pretendem disputar as eleições de 2022 pela mesma sigla do presidente.
Políticos com mandatos eletivos afirmam que uma decisão em cima do prazo os deixaria sem tempo para montar uma estratégia visando à reeleição.
A preocupação é maior entre os que foram eleitos para um primeiro mandato graças à onda bolsonarista de 2018. Por ser muito identificado com a figura do presidente, esse séquito político sabe que colherá parte da rejeição a Bolsonaro e que terá dificuldades para repetir uma votação expressiva neste pleito.
Um dos prejudicados com a demora é o PTB, que tenta atrair o presidente e outras lideranças bolsonaristas para os seus quadros. Os ex-ministros Ernesto Araújo e Ricardo Salles, embora tenham recebido convites para integrar o partido, só tomarão uma decisão sobre candidaturas após Bolsonaro estar filiado a uma sigla.