O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), compartilhou notícias falsas sobre vacinas contra a covid-19 por meio do aplicativo WhatsApp. A informação é do jornal O Globo, que teve acesso a mensagens enviadas pelo presidente a pessoas próximas nos últimos dias.
De acordo com a publicação, o material foi enviado por Bolsonaro entre quinta-feira da semana passada e essa quarta-feira (29), por meio de um número adquirido recentemente.
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Diferentes pessoas do círculo do presidente receberam o mesmo conteúdo, inclusive outras importantes autoridades da República, o que indica o uso de uma lista de transmissão.
Na noite de terça-feira (30), Bolsonaro escreveu “jovens morrendo com a Pfizer” e compartilhou um vídeo do programa da Jovem Pan “Os Pingos nos Is” que dizia: “Riscos — Precisam investigar! Jovens morr3ndo de parada card1aca (sic)”.
No vídeo, a comentarista Cristina Graeml cita cinco casos de adolescentes que faleceram recentemente, lançando dúvidas sobre a aplicação de doses da Pfizer. Duas mortes, no entanto, eram de adolescentes que sequer tinham tomado a vacina.
Em outra mensagem, disparada na última quinta-feira, Bolsonaro postou vídeo com menção ao ditador chileno Augusto Pinochet. “Quando os chilenos verem (sic) o que é o comunismo, quando entenderem as trapaças, as falácias, como estão enganando, vão se dar conta de que este governo tem razão. Isso nunca foi uma ditadura, senhores. Esta é uma ditabranda“, diz a legenda de um discurso de Pinochet. Segundo o jornal, Bolsonaro ainda compartilhou mensagens de cunho homofóbico e preconceituoso.
Lula
O capitão da reserva também fez críticas ao ex-presidente Lula (PT) e à China. Ele mandou um vídeo com a inscrição: “Lula, (sic) corrompeu-se para mentir ao mundo que a China é um ‘exemplo’”. No vídeo, ao mesmo tempo em que Lula diz na parte superior da tela que a China é “um exemplo de desenvolvimento para o mundo”, a metade de baixo mostra cachorros mortos sendo comercializados como alimentos, além de uma criança levando uma surra de um suposto professor chinês dentro de sala de aula. Um outro vídeo mostra pessoas aparentemente num protesto por direitos da comunidade LGBTQIA+ queimando uma bandeira do Brasil, acompanhado da legenda: “Essa turma toda quer ‘o cara’ voltando ao poder”.