EXONERAÇÃO

Investigado pela PF, secretário do 'tratoraço' deixa o cargo no governo Bolsonaro

A saída se dá no mesmo dia em que o Estadão mostrou que, mesmo após ser alvo de investigação por suspeitas envolvendo desvios de verbas do governo, Tiago Pontes Queiroz continuava no cargo

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Estadão Conteúdo

Publicado em 08/10/2021 às 20:02 | Atualizado em 08/10/2021 às 20:03
Tiago Pontes Queiroz pediu exoneração do Ministério do Desenvolvimento Regional nesta sexta (8) - MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Chamado de "secretário do tratoraço" por deputados, Tiago Pontes Queiroz pediu exoneração do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) nesta sexta-feira (8). A saída se dá no mesmo dia em que o Estadão mostrou que, mesmo após ser alvo de investigação por suspeitas envolvendo desvios de verbas do governo, ele continuava no cargo.

Como secretário nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional e Urbano, Pontes foi o responsável por assinar uma licitação em que a Controladoria-Geral da União (CGU) identificou R$ 130 milhões em sobrepreço. A secretaria dele também firmou mais de 115 convênios com risco de sobrepreço "alto ou extremo" segundo relatório da CGU.

O agora ex-secretário é também investigado também pela Polícia Federal, na Operação Pés de Barro, que apura desvios no Ministério da Saúde durante a gestão Ricardo Barros, em 2018. Na época, Tiago Pontes era diretor de Logística do Ministério da Saúde.

Como o Estadão mostrou nesta sexta-feira, a secretaria de Tiago Pontes Queiroz já empenhou R$ 6,5 bilhões em emendas do relator-geral do orçamento, o mecanismo do orçamento secreto criado em acordo entre o governo Jair Bolsonaro e o Congresso.

Pontes foi alçado ao cargo em maio de 2020, na aproximação do governo Jair Bolsonaro com o Centrão. O secretário é ligado a nomes influentes da política, como o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE); o presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP); o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB); o ministro da Casa Civil e presidente do Progressistas, Ciro Nogueira (PI); e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL).

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