CLIMA
Em reunião nos EUA, secretário de Bolsonaro é cobrado na questão climática
A cobrança vem em meio à pressão de agentes internacionais sobre o Brasil para uma melhor gestão do combate ao desmatamento na Amazônia
O secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Flávio Rocha, foi cobrado pelo conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, por progressos concretos na
questão climática. Os dois se encontraram ontem, em Washington. O compromisso não consta da agenda oficial de Rocha, que está na capital americana desde segunda-feira (11) - último dia em que sua agenda foi atualizada.
De acordo com nota emitida pela Casa Branca e enviada à imprensa nesta sexta-feira (15) pela embaixada dos EUA no Brasil, Sullivan enfatizou a Rocha a necessidade de progresso concreto na pauta do clima entre todos os envolvidos na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 26, que acontecerá neste mês em Glasgow.
A cobrança vem em meio à pressão de agentes internacionais sobre o Brasil para uma melhor gestão do combate ao desmatamento na Amazônia. Ainda que o presidente Jair Bolsonaro tenha defendido, em seu discurso na 76ª Assembleia-geral das Nações Unidas (ONU), a política ambiental do governo, a realidade é que o desmatamento na floresta tropical continua elevado. Hoje, o vice-presidente Hamilton Mourão confirmou o fim das operações de Garantia de Lei e da Ordem (GLO) na região. Os militares foram enviados em junho para tentar conter a ação predatória no local.
Na reunião, Sullivan ainda elogiou a Rocha o processo brasileiro de imunização contra a covid-19 e reiterou o apoio dos EUA à adesão do Brasil à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), diz a nota. "Sobre a migração, tanto Sullivan quanto Rocha reafirmaram compromissos bilaterais para avançar a cooperação regional na gestão migratória", acrescenta o texto.
O secretário americano esteve em Brasília em agosto, quando se reuniu com Rocha, em meio à tentativa do EUA de barrar a entrada da chinesa Huawei na rede 5G do País.