Atualizada às 16h25
O escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo, morreu na noite da segunda-feira (24), aos 74 anos, em um hospital na região de Richmond, na Virgínia, Estados Unidos. O anúncio foi feito pela família de Carvalho nas redes sociais, na madrugada desta terça-feira, 25. A causa da morte não foi revelada, mas o escritor anunciou ter se infectado com o novo coronavírus no dia 16.
Bolsonaro decretou luto oficial
O presidente Jair Bolsonaro (PL) decretou luto oficial de um dia pela morte. O decreto consta em edição extra do Diário Oficial da União publicada nesta terça, 25.
Até hoje, Bolsonaro tinha decretado apenas um luto oficial, em referência à morte do ex-vice-presidente da República Marco Maciel, ocorrida em 12 de junho de 2021, por um período de três dias. Outras mortes recentes, como de Elza Soares, considerada a cantora do milênio, não foram declaradas como luto oficial.
Apesar de ter sido um grande apoiador do presidente durante as eleições de 2018, Olavo vinha realizando uma série de críticas ao governo, depois que esse perdeu o viés ideológico ao abrir espaço para o Centrão. Mesmo com o racha, o escritor ainda declarava voto a Bolsonaro em 2022.
Nota de pesar
O governo federal emitiu nota oficial para lamentar a morte de Olavo. No texto, o Planalto diz que o escritor foi um "intransigente defensor da liberdade" e deixa como legado "um verdadeiro apostolado a respeito da vida intelectual".
De acordo com a nota oficial do governo, o também astrólogo ofereceu "inúmeras contribuições que inspiraram e influenciaram dezenas de milhares de alunos e leitores - inclusive, levando muitos à conversão à fé, segundo incontáveis relatos".
"O governo do Brasil lamenta a perda do filósofo e professor Olavo de Carvalho e manifesta seu pesar e suas condolências a familiares, amigos e alunos", diz o documento do Executivo federal.
Apesar de não ter finalizado a graduação em Filosofia, o escritor se apresentava como professor da disciplina e ministrava cursos. Teve entre os alunos o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), e ajudou a formar uma legião de bolsonaristas.
A nota do governo ainda cita elogios que Olavo de Carvalho teria recebido, no passado, de intelectuais brasileiros como Jorge Amado e Ariano Suassuna.