Eleições 2022

Lula disse que está animado com nossa pré-candidatura ao governo de Pernambuco, diz Danilo Cabral

O ex-presidente Lula esteve reunido com o governador Paulo Câmara e o pré-candidato ao Governo do Estado, Danilo Cabral, em São Paulo

Mirella Araújo
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Mirella Araújo
Publicado em 10/03/2022 às 18:52 | Atualizado em 15/03/2022 às 18:48
RICARDO STUCKERT
"O presidente disse que está animado com nossa pré-candidatura pela Frente Popular", disse Danilo Cabral, em encontro com o ex-presidente Lula e o governador Paulo Câmara - FOTO: RICARDO STUCKERT
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Em meio às discussões sobre quem o Partido dos Trabalhadores indicará para compor a vaga para o Senado Federal na chapa liderada pelo PSB, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu em São Paulo, nesta quinta-feira (10), com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara e o pré-candidato a governador, o deputado federal Danilo Cabral.

A agenda tinha sido solicitada pelo líder petista, antes da viagem ao México durante o Carnaval, que fez acompanhado do senador Humberto Costa (PT) - que retirou sua pré-candidatura ao Governo em prol da aliança com o PSB a nível nacional - para conhecer o candidato majoritário da Frente Popular de Pernambuco.

Mesmo não tendo caráter resolutivo quanto às discussões da montagem da chapa, estar com o ex-presidente tem uma simbologia importante e pode acelerar mais o processo que ainda está indefinido. “Encontro em São Paulo com o presidente Lula e o nosso pré-candidato ao governo de Pernambuco, Danilo Cabral. Conversas importantes sobre políticas públicas, retomada da economia, o cenário político nacional e as eleições”, registrou Paulo Câmara, em suas redes sociais.

o deputado federal Danilo Cabral afirmou que Lula estaria animado com sua pré-candidatura "e que, em breve, voltará a percorrer o Brasil para conversar com o povo sobre nosso futuro". "Assim como eu, Lula é filho do Agreste de Pernambuco e, tenho certeza, a partir do próximo ano, voltaremos a ter um Presidente do Brasil filho, amigo e parceiro do nosso estado", declarou o socialista. 

 

 

Um dia antes desse encontro, nessa quarta-feira (9), durante a reunião entre a Executiva estadual do PT e Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE), os pré-candidatos ao Senado Federal pelo partido petista fizeram uma apresentação sobre como enxergam o processo de construção da indicação, como foi construída as postulações em torno dos seus nomes e o diferencial de cada um para a disputa. Falaram os deputados federais Carlos Veras e Marília Arraes, a deputada estadual Teresa Leitão e o ex-prefeito de Petrolina Odacy Amorim.

“Todos defenderam a unidade partidária, houve muita convergência sobre a importância de o PT manter essa vaga, conforme já tínhamos conversado com o governador Paulo Câmara e com o deputado Danilo Cabral”, afirmou Teresa.

A parlamentar também propôs que o partido pudesse ouvir a direção nacional, de forma consultiva, já que o senador Humberto Costa havia solicitado que não houvesse intervenção nacional nessa discussão, e todos concordaram. “Nós temos que ter sintonia e uma leitura da conjuntura nacional. As conversas não param, já conversei com Gleisi, com Lula, mas a instância não. Então propus a vinda da presidente nacional Gleisi Hoffmann com José Guimarães, para um bate-papo avaliativo”, explicou Teresa Leitão.

“A minha defesa é que possamos avaliar qual o perfil melhor se adapta ao cenário, ouvindo as pessoas para que todo o partido se reconheça nessa escolha. Ela precisa ser uma candidatura do conjunto, do esforço coletivo até chegar a essa responsabilidade de representar o PT e Lula na chapa da Frente Popular”, destacou a deputada e pré-candidata a senadora.

Em MG, aceno para o PSD

Em MG, aceno para o PSD

Em novo aceno para o PSD, partido do ex-prefeito de São Paulo Gilbert Kassab, o ex-presidente Lula voltou a sinalizar uma possível aproximação e o apoio ao prefeito de Belo Horizonte (MG), Alexandre Kalil (PSD), para o governo de Minas Gerais. Em entrevista à rádio Itatiaia, o petista negou ter tido encontros recentes com Kalil e disse que aguarda um anúncio oficial da candidatura dele para o governo para iniciar os debates de uma possível aliança.

"Estou esperando para ver se o Kalil vai ser candidato, e quando o Kalil se afastar da prefeitura aí sim eu pretendo conversar com o Kalil e estabelecer a possibilidade de construir uma aliança política", disse.

Lula também reforçou que o PT irá apoiar a candidatura do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) para o Senado no estado. "Vamos sentar para conversar com o PSD e com o Kalil no momento certo. Mas posso dizer que o Reginaldo é o nosso candidato ao Senado", declarou o petista.

Lula tenta atrair o PSD, um partido mais ao centro, para o seu arco de alianças desde o final do ano passado. Inicialmente, cogitou-se que o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido) poderia migrar para o PSD para ser vice do petista. Por força do ex-governador paulista Márcio França (PSB), aliado de Alckmin, o ex-tucano acabou acertando seu ingresso no PSB, por onde poderá ser vice na chapa presidencial.

O cerco de Lula ao PSD, porém, se manteve na Bahia. Lá, o senador Jaques Wagner (PT) desistiu de tentar retornar à cadeira de governador, atualmente ocupada pelo seu sucessor Rui Costa (PT), para abrir espaço para uma candidatura do também senador Otto Alencar (PSD). Pelo desenho da aliança, Rui tentaria o Senado nessas eleições, em uma chapa encabeçada por Otto. Mas a aproximação entre as duas siglas também não foi adiante, pois Alencar decidiu não disputar o governo contra o ex-prefeito de Salvaodr ACM Neto (União Brasil).

Os flertes nacionais do PT com o PSD, porém, também têm efeito em Pernambuco. Por aqui, o PT tem pelo menos quatro nomes para indicar à única vaga do Senado na chapa do PSB. Mas corre por fora para a mesma cadeira o deputado federal André de Paula (PSD), citado como nome prioritário para as eleições deste ano por Kassab.

Embora o próprio André tenha dito ao JC que as definições de cada estado se darão de forma independente, sem estarem necessariamente atreladas uma a outra, especula-se nos bastidores que um possível entendimento nacional entre o PSD e Lula possa ter o efeito de fazer o PT abrir mão do Senado em Pernambuco em prol de André. Nessa costura, os petistas ficariam com a vaga de vice de Danilo.

Nos bastidores do PSB, André é visto como um nome com mais chances de agregar todos os aliados da Frente Popular do que um petista, que podria deixar a chapa com uma cara "mais de esquerda". O próprio Lula tem feito um esforço para falar com eleitores de centro, como mostra a presença de Alckmin na vice.

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