Atualizada em 7 de abril de 2022
Presidente nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, acredita que a Frente Popular deverá encontrar uma “equação que busque a melhor comunicação com a expectativa do eleitorado pernambucano” sobre a montagem da chapa encabeçada pelo pré-candidato a governador Danilo Cabral (PSB).
Ela também comentou sobre o “efeito Marília Arraes”, afirmando que politicamente o movimento da deputada federal, em sair do PT e lançar candidatura majoritária, foi “na contramão” da necessidade de derrotar o presidente Jair Bolsonaro.
O PCdoB apresentou o nome de Luciana Santos para a vaga do Senado Federal. Anteriormente, a reportagem havia afirmado que Luciana não disputaria o Senado por não ter se descompatibilizado.
Porém, por ser vice-governadora, Luciana não precisa se desincompatibilizar, o cargo não exige isso para concorrer a outros cargos. Mas, caso queira mesmo disputar o Senado, ela não poderá assumir o governo, substituindo Paulo Câmara, nos seis meses que antecedem a eleição. Assim, a pré-candidatura dela ao Senado está mantida.
Com o acordo de federação entre o PCdoB, PT e PV prestes a ser oficializado, a vice-governadora afirma que o Partidos dos Trabalhadores tem primazia sobre esse debate sobre a Casa Alta, relembrando o gesto do senador Humberto Costa em retirar sua pré-candidatura ao Governo do Estado em prol da aliança com o PSB a nível local e nacional.
“Nós precisamos de uma chapa que tenha identidade com esse anseio da expectativa em torno da virada da conjuntura nacional, da luta por Lula presidente. Essa deve ser nossa principal busca. Ter uma chapa majoritária que se identifique com o presidente Lula. É nessa direção que nós deveríamos caminhar”, afirmou a vice-governadora, em entrevista à Rádio Folha, ao ser questionada também sobre a possibilidade do deputado federal André de Paula, vir a ser o candidato a senador pelo PSD.
Com relação a movimentação que a deputada federal Marília Arraes está fazendo, ao sair do PT após seu nome ter sido apresentado pelo partido como pré-candidata a senadora, e se filiar ao Solidariedade para disputar como pré-candidata a governadora, Luciana Santos acredita que essa é uma questão política.
“Politicamente o movimento (de Marília Arraes) é na contramão de uma necessidade histórica que estamos passando, que é derrotar Bolsonaro e abrir novas veredas para o país e para Pernambuco num momento novo que a gente teve que passar, que Paulo (Câmara) teve que passar, talvez o pior momento econômico e político, e estamos de pé dizendo que nós podemos construir um novo momento para todos nós”, declarou a vice-governadora, durante a entrevista.
Federação
Os impasses estratégicos em alguns estados, que podem culminar na saída do Partido Verde (PV) da federação com o PT e o PCdoB, deverão ser resolvidos a nível nacional, segundo Luciana Santos. Ela afirmou que os problemas teriam sido resolvidos na janela partidária, cujo prazo foi encerrado no dia 2 de abril.
“Os impasses mais significativos, como foi o caso de Minas Gerais, Tocantins, antes das filiações, nós estabelecemos entendimentos, eu, (José Luiz) Pena e Gleisi (Hoffmann). Uma ou outra situação que ficou solta, nós vamos definir no âmbito nacional porque na própria lei da federação é previsto que os impasses estaduais serão definidos a nível nacional, por consenso ou por uma maioria qualificada de ou mais”, explicou.
“Nem o PT sozinho resolve, nem juntando PCdoB e PV sozinhos, resolvem. Num país continental como nosso, não é razoável que a gente não faça uma federação, um estado ou outro será superado”, completou a presidente nacional do PCdoB.
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