Ao longo desta semana, dados da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) apontaram um aumento de 16,5% no número de homicídios registrados no Estado nos três primeiros meses de 2022, na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com a pasta, considerando o mesmo recorte temporal, os casos de roubos e furtos de veículos também cresceram 12,8%.
Em entrevista na última quarta-feira (20), a vice-governadora Luciana Santos (PCdoB) afirmou que os índices têm preocupado o Executivo estadual e que eles podem ser explicados por fatores tanto internos quanto externos.
"De fato, houve um aumento da violência por um fenômeno que não fazia parte das variáveis das causas desse problema, que é a questão das organizações criminosas. (...) Há, portanto, uma necessidade de mais investimento em inteligência, em mais equipamentos, mais contratos e, desse ponto de vista, no Pacto pela Vida, tudo o que há de planejamento desses diversos órgãos, do aparato de segurança pública no Estado, o governador está investindo de modo a garantir essa situação. O que houve nesse período mais recente foi uma diminuição de algumas coisas que para nós são muito caras, como o recolhimento de armas, prisões de traficantes, e isso já impactou rapidamente no aumento de homicídios", explicou Luciana, durante o programa Debate na Nova, da TV Nova.
Depois da divulgação desses dados, pré-candidatos ao Governo do Estado pela oposição fizeram críticas severas à administração estadual, chegando a afirmar, inclusive, que o PPV estava "abandonado". Luciana, contudo, afirma que o governador Paulo Câmara (PSB) tem sido firme para tentar reverter os números desfavoráveis.
"Houve uma reunião muito dura do comitê gestor e o governador Paulo Câmara foi bastante exigente, cobrando dos setores responsáveis por cada departamento as metas estabelecidas (pelo PPV), porque são elas que garantem a diminuição dos homicídios. Eu participei dessa reunião, e por conta do aumento nesses índices, o governador, como diz a palavra, arrochou no debate para que a gente possa atingir as metas anuais, porque para chegarmos a isso, vamos ter que diminuir bastante (a criminalidade) nos próximos meses", observou a vice-governadora.
Criado ainda no governo Eduardo Campos, em 2007, o Pacto pela Vida "é uma política pública de segurança, transversal e integrada, construída de forma pactuada com a sociedade, em articulação permanente com o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública, a Assembleia Legislativa, os municípios e a União", segundo a Secretaria de Planejamento do Estado (Seplag).
Ação visa, principalmente, a prevenção de homicídios, mas também tem atuação sobre outros tipos de crimes que despertam insegurança na população. De acordo com o governo, a meta básica do programa é a redução de "12% ao ano as taxas de mortalidade violenta intencional em Pernambuco".
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