PLANALTO

Bolsonaro diz que STF interferiu no Congresso em votação do voto impresso

O presidente Bolsonaro voltou a atacar a lisura do processo eleitoral

Cadastrado por

Amanda Azevedo

Publicado em 27/04/2022 às 19:40 | Atualizado em 28/04/2022 às 19:45
Encontro de Bolsonaro com deputados apoiadores - Anderson Riedel/PR

Da Estadão Conteúdo

Na esteira de seus reiterados ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a Corte interferiu no Congresso durante a votação da proposta do voto impresso, derrotada no Legislativo. "Alguns do STF estão mandando e desmandando no Brasil", declarou. Essa declaração foi feita em evento no Palácio do Planalto batizado de Ato Cívico pela Liberdade de Expressão.

Bolsonaro também voltou a dizer que "é preciso ter maneira para a gente confiar nas eleições". "Não pensa que uma possível suspeição de eleição vai ser apenas para voto a presidente", afirmou, mais uma vez colocando em dúvida a lisura do processo eleitoral. "Normalmente, é o chefe do Executivo que trabalha para fraudar eleições", declarou, tentando sinalizar que apenas desejaria transparência.

O presidente também lembrou que uma consultoria contratada pelo PSDB nas eleições de 2014 teria dito que a urna brasileira é inauditável. O então candidato derrotado do partido, Aécio Neves, também questionou o resultado das eleições, em que perdeu para Dilma Rousseff (PT).

De acordo com o chefe do Executivo, as eleições de 2020 não poderiam ter ocorrido sem a conclusão de um inquérito que apurou suposta invasão a servidores do TSE em 2018. "Queríamos que o inquérito aberto em novembro de 2018 tivesse seu deslinde, queremos seu parecer, ministro Barroso", provocou Bolsonaro, segundo quem os problemas no Judiciário serão resolvidos "com o tempo", mediante a nomeação de outros magistrados.

O presidente ainda defendeu o perdão concedido por Bolsonaro ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), em decreto publicado menos de 24 horas após o STF condenar o parlamentar a 8 anos e 9 meses de cadeia por ataques à democracia e às instituições.

O mandatário também reiterou que o perdão será cumprido, mas reconheceu que foi alertado de que a medida traria desgastes com o Supremo. "Se coloquem no lugar do deputado Daniel Silveira", pediu o chefe do Executivo, dizendo que parlamentares têm "liberdade máxima". Em seguida, lembrou que respondeu processos na Câmara por suas declarações enquanto deputado federal.

Forças Armadas no TSE

Bolsonaro voltou a levantar suspeitas sobre a lisura do sistema eleitoral brasileiro e sugeriu que as Forças Armadas possam contabilizar os votos junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

"Que no duto que alimenta a sala secreta do TSE, ao final da eleição, os computadores, seja feita ramificação um pouco à direita para que tenhamos um computador das Forças Armadas para controlar votos no Brasil", afirmou. Em seguida, lembrou que ele é o comandante em chefe das Forças Armadas.

Sobre o encontro com a equipe do WhatsApp ocorrido mais cedo, no qual a empresa confirmou que só lançará os megagrupos após as eleições, Bolsonaro declarou que o assunto está resolvido.

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