Estadão Conteúdo
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou os ataques feitos nos últimos dias ao Judiciário, a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que a disputa eleitoral não pode se refletir na relação entre os Poderes.
A declaração foi feita em entrevista à imprensa após reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. "O que nós não podemos permitir é que o acirramento do processo eleitoral, que é eleitoral, possa desbancar para aquilo que eu reputo como anomalias graves, que possa falar em intervenção militar, atos institucionais, frustração de eleições. Essas anomalias graves precisam ser contidas", disse o presidente do Senado.
O encontro ocorreu depois de o presidente Jair Bolsonaro ter incentivado as manifestações contra o Supremo no 1º de Maio e das críticas do ministro Luís Roberto Barroso ao uso das Forças Armadas no processo eleitoral. Para Pacheco, o aviltamento e a "redução de prerrogativas" de ministros do Supremo "é algo muito ruim para a democracia".
O presidente do Senado admitiu que há problemas, mas negou uma crise institucional entre as Forças Armadas e o Supremo Tribunal Federal. "O diálogo é fundamental, nós precisamos alinhar os Poderes, nós temos uma obrigação comum de enfrentar arroubos antidemocráticos, temos que preservar a democracia, preservar o estado de direito e garantir que as eleições aconteçam no Brasil dentro da normalidade, que é o que a sociedade espera."