Discurso

Em discurso na OMS, Queiroga omite mortes pela covid-19 no Brasil

O ministro aproveitou encontro na Suíça para destacar temas da pré-campanha de Bolsonaro como a oposição ao aborto

Cadastrado por

Cássio Oliveira

Publicado em 23/05/2022 às 10:23
O ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Marcelo Queiroga - YouTube/TV BrasilGov

Em discurso na Assembleia Mundial da Saúde, na Suíça, nesta segunda-feira (23), o ministro Marcelo Queiroga defendeu o Governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse que uma das prioridades da gestão foi "lutar contra a corrupção".

Queiroga ainda omitiu o número de mortos pela covid-19 no Brasil, comemorou os resultados da política de combate à pandemia e abordou temas da da pré-campanha eleitoral de Bolsonaro fazendo oposição ao aborto.

O Brasil é o segundo país com o maior número de mortes do mundo desde o começo da pandemia —se aproxima de 670 mil vítimas. Fica atrás, apenas, dos Estados Unidos.

De acordo com o colunista Jamil Chade, do portal UOL, antes da fala do ministro, Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), defendeu que a crise da pandemia de covid-19 “está longe de terminar”. Mas o governo brasileiro já estabeleceu o fim da emergência sanitária no país.

Na sua fala, Queiroga tentou desfazer a imagem de representar um governo negacionista diante da pandemia e ignorou os principais temas da agenda internacional, como a negociação de um novo tratado global contra pandemias, não citou a reforma da OMS, o debate sobre o regulamento sanitário internacional e não tocou no tema da guerra na Ucrânia.

Aborto

Ainda segundo Jamil Chade, o ministro da Saúde reforçou a tese do governo de que o Brasil "defende, de forma intransigente, a vida desde sua concepção", numa oposição às propostas pela OMS para descriminalizar o aborto.

Ele concentrou seu discurso numa defesa da gestão do presidente Bolsonaro diante da pandemia "Desde o início da pandemia, o governo do presidente Jair Bolsonaro atuou para preservar vidas, conciliando o equilíbrio econômico e a justiça social", disse Queiroga.

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