Eleições 2022

Veja por que João Doria desistiu da pré-candidatura a presidente da República

Doria fez pronunciamento anunciando a saída da disputa; confira o vídeo

Cadastrado por

Cássio Oliveira

Publicado em 23/05/2022 às 13:22 | Atualizado em 23/05/2022 às 13:26
João Doria, ex-governador de São Paulo - REPRODUÇÃO DE VÍDEO

Pressionado pelo próprio partido, o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) anunciou nesta segunda-feira (23) que decidiu desistir de sua pré-candidatura à Presidência da República.

"Serenamente, entendo que não sou o nome da cúpula do PSDB. Aceito essa realidade com a cabeça erguida", disse João Doria em pronunciamento no início desta tarde.

Com a desistência, Doria abre espaço para que a senadora Simone Tebet (MDB) seja o nome escolhido na aliança entre o PSDB, o MDB e o Cidadania para o Planalto.

"O PSDB saberá tomar a melhor decisão no seu posicionamento para as eleições deste ano. Me retiro da disputa com o coração ferido, mas com a alma leve", declarou Doria.

Doria havia vencido Eduardo Leite nas prévias do PSDB para ser o candidato do partido à Presidência, mas vinha enfrentando resistência para alavancar sua candidatura.

Nos últimos meses, sua legenda mostrava poucas esperanças no projeto do paulista. Uma ala do PSDB tentou fazer com que o nome Eduardo Leite fosse resgatado para a corrida presidencial, mas o projeto também não teve sucesso.

Durante as negociações, os partidos definiram que os resultados de uma pesquisa qualitativa e uma pesquisa quantitativa iriam definir quem seria o postulante ao Executivo. A balança pendeu para Tebet, mesmo com Doria tentando emplacar o resultado de outras pesquisas para sustentar sua viabilidade.

Na última quarta-feira, 18, os presidentes dos partidos "rifaram" Doria e endossaram o nome da emedebista após uma pesquisa interna indicar que a rejeição menor a Tebet dava mais condições a ela, que ao ex-governador de São Paulo, de tentar quebrar a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

São Paulo

A resistência tucana na candidatura de Doria também tem como pano de fundo a disputa pelo governo de São Paulo. Devido à rejeição do ex-governador, aliados de Rodrigo Garcia avaliavam que colar a imagem de Doria a dele minava as chances do Garcia continuar na Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

Devido a isso, nas últimas semanas, o atual governador do Estado vinha ensaiando um distanciamento de Doria. "Fui vice do João Doria. Um é diferente do outro", declarou Garcia em entrevista ao Estadão.

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