Apuração

Paulo Câmara determina que dois delegados investiguem a morte de indígena após abordagem policial

Caso foi registrado em Carnaubeira da Penha. De acordo com o governador, delegados vão atuar em parceria com o Ministério Público de Pernambuco

Cadastrado por

Renata Monteiro

Publicado em 18/06/2022 às 10:56 | Atualizado em 18/06/2022 às 11:07
Paulo Câmara (PSB), governador de Pernambuco - BRUNO CAMPOS / JC IMAGEM

Após a Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social informar que instaurou uma investigação para verificar se policiais militares de Pernambuco estariam envolvidos com a morte de um indígena em Carnaubeira da Penha, o governador Paulo Câmara (PSB) usou o Twitter para afirmar que dois delegados especiais estão sendo designados para investigar o caso. O pronunciamento foi feito na manhã deste sábado (18).

"Determinei ao secretário de Defesa Social, Humberto Freire, a designação de dois delegados especiais para presidir a investigação da morte do indígena Edvaldo Manoel de Souza, 61 anos, da etnia Atikum, de Carnaubeira da Penha, ocorrida na última quarta-feira, após uma abordagem policial", detalhou o socialista.

Em seguida, Paulo informou os nomes dos delegados e disse que eles atuarão em parceria com o Ministério Público. "Os delegados João Leonardo Freire e Daniel Angelim irão trabalhar em parceria com o Ministério Público no caso. Além dessa apuração, um inquérito policial militar e um procedimento inicial pela Corregedoria-Geral da SDS também estão em curso", completou.

Edvaldo Manoel de Souza, de 61 anos, indígena Atikun, morreu nesta semana depois de ser abordado por PMs em frente à própria casa, na Aldeia Olho D'Água. O caso foi registrado na delegacia como "morte a esclarecer".

A Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), porém, afirma que o idoso foi agredido pelos policiais. O grupo conta, em nota, que Edvaldo teria ouvido barulhos no quintal da residência e decidiu sair para saber do que se tratava. No local, ele teria sido abordado pelos policiais, que perguntaram sobre uma suposta espingarda que pertenceria ao indígena.

Edvaldo teria respondido que não possuía espingarda, e, ainda segundo a Apoinme, foi agredido com um tapa violento no tórax. O coletivo diz que o homem foi agredido por "vários minutos" e desmaiou em seguida.

O indígena chegou a ser levado para o hospital municipal de Carnaubeira da Penha, mas já chegou sem vida à unidade de saúde.

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