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Bolsonaro quer CPI da Petrobras, mas Mourão diz que ''não vai nem andar''

Pressionado pelo ano eleitoral, Bolsonaro defendeu uma CPI da Petrobras após reajuste da gasolina

Cadastrado por

Cássio Oliveira

Publicado em 20/06/2022 às 12:11 | Atualizado em 20/06/2022 às 17:08
General Hamilton Mourão, vice presidente do Brasil, e Jair Bolsonaro - VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL

Vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos) não acredita que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras vá andar neste momento.

"Acho que não vai nem andar isso aí. Não tem nem tempo. Estamos aí em fase quase eleitoral", declarou o general da reserva a jornalistas no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira. "Acho difícil que uma CPI vá andar nesse momento", acrescentou.

Foi o próprio presidente Jair Bolsonaro (PL) quem sugeriu a instalação de uma CPI da Petrobras por conta do aumento na gasolina e no diesel.

Uma possível CPI deve ser discutida nesta segunda em reunião de líderes convocada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Na sexta (17), Bolsonaro sugeriu a criação da CPI no Congresso para investigar a atuação da empresa e investigar o aumento dos preços, chamado por ele de "inconcebível".

"A ideia nossa é propor uma CPI para investigar o presidente da Petrobras, os seus diretores e também o Conselho Administrativo e fiscal. Nós queremos saber se tem algo errado nessa conduta deles", afirmou em entrevista a uma rádio em Natal, no Rio Grande do Norte.

"É inconcebível se conceder um reajuste, com combustível lá em cima e com os lucros exorbitantes que a Petrobras está tendo", seguiu Bolsonaro na entrevista.

O chefe do Executivo disse que a CPI é o caminho para "colocar a nu" e dar um "ponto final" no que chamou de "processo irracional" de aumento dos combustíveis.

Ele também voltou a atacar os lucros da estatal. "Ninguém consegue entender, algo estúpido, ela lucra seis vezes mais que a média das petrolíferas de todo o mundo. As petroleiras fora do Brasil reduziram sua margem de lucro."

Bolsonaro disse, ainda, que o presidente da Petrobras e o Conselho da empresa "traíram o povo brasileiro", ao anunciar o aumento nos preços.

Presidente da Petrobras deixa o cargo

Depois de o governo aumentar a pressão, o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, pediu para deixar o cargo na manhã desta segunda-feira.

"A nomeação de um presidente interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras a partir de agora", informou a estatal em nota à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Coelho, indicado pelo governo de Jair Bolsonaro para o cargo, tomou posse em 14 de abril e foi demitido no dia 23 de maio. A saída do cargo abre caminho para que o novo indicado pelo governo, Caio Paes de Andrade, tenha sua posse acelerada.

 

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