Com informações do Estadão Conteúdo
Durante live no dia 24 de março deste ano, o presidente Jair Bolsonaro (PL) havia defendido o ex-Ministro da Educação, Milton Ribeiro, que foi preso na manhã desta quarta-feira (22), pela Polícia Federal (PF).
"O Milton, coisa rara de eu falar aqui: eu boto minha cara no fogo pelo Milton", afirmou Bolsonaro na época.
O presidente ainda repetiu: "Minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia contra ele". Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle, eram muito próximos a Ribeiro.
Durante a live, o presidente afirmou que o ministro já havia levado o caso a conhecimento da Controladoria-Geral da União (CGU) em 2021.
A apuração do órgão, no entanto, segundo informação divulgada à época não tinha apurado envolvimento de servidor público. A apuração oficial só foi retomada após as reportagens do Estadão.
Dias depois da live de Bolsonaro, sua mulher Michelle também defendeu a atuação de Ribeiro. "Ainda não tive tempo de ver, mas estou orando pela vida dele. Eu confio muito nele", afirmou a primeira-dama durante evento de filiação dos ministros Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) ao Republicanos, em Brasília.
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Questionado por jornalistas se a saída de Ribeiro causava algum tipo de constrangimento ao governo, Michelle disse que o ex-ministro era honesto. "Deus sabe de todas as coisas e vai provar que ele é uma pessoa honesta, justa, fiel e leal." A primeira-dama declarou ainda que conversa com Ribeiro todos os dias. "Amo a vida dele."
Bolsonaro lamenta prisão de Milton Ribeiro
Após a prisão, Bolsonaro lamentou o ocorrido, mas disse que Milton deve responder por seus atos.
"Lamento, gostaria que não estivesse acontecendo, mas se a PF prendeu é porque tem algum motivo e ele (Milton Ribeiro) vai se explicar. Afastamos ele até para ter mais liberdade de se defender", disse Bolsonaro à Rádio Itatiaia de Minas Gerais.
A Polícia Federal cumpriu mandado de prisão contra o ex-ministro Milton Ribeiro e pastores suspeitos de montar um gabinete paralelo para liberação de verbas dentro do MEC.
"Que ele responda pelos atos dele. Eu peço a Deus que não tenha problema nenhum. Mas se tem algum problema, a PF está agindo, está investigando, é um sinal que eu não interfiro na PF, porque isso aí vai respigar em mim, obviamente", disse Bolsonaro.