Investigações

Ala ideológica do Governo Bolsonaro quer demissão do presidente da Caixa após denúncias de assédio

O MPF abriu investigação para apurar denúncias de assédio de presidente da Caixa

Cadastrado por

Cássio Oliveira

Publicado em 29/06/2022 às 11:37 | Atualizado em 29/06/2022 às 11:40
GRAVAÇÕES Em áudios, Pedro Guimarães ameaça e xinga funcionários - MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Após denúncias de assédio sexual por funcionárias, o presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, deve pedir demissão da presidência do banco, de acordo com reportagem do Blog de Andréia Sadi, no G1.

A pressão pela saída se dá na ala ideológica do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ainda de acordo com a reportagem, aliados do centrão defendem que demissão parta do próprio Bolsonaro.

O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação para apurar denúncias de assédio sexual contra Pedro Guimarães. A abertura da investigação, que está em andamento sob sigilo, foi confirmada pelo Estadão.

Cinco mulheres relataram as abordagens inapropriadas do presidente do banco. A revelação das denúncias foi feita pelo site Metrópoles nesta terça-feira, 28. Segundo um dos relatos, uma funcionária diz que o presidente do banco teria passado a mão em suas nádegas.

Procurado pelo Estadão, o Ministério Público Federal afirmou que não fornece informações sobre procedimentos sigilosos. A Caixa não respondeu aos questionamentos até a publicação desta reportagem.

Caixa

Em nota ao Metrópoles, a Caixa informou que não tem conhecimento sobre as denúncias de assédio sexual contra Guimarães e que tem protocolos de prevenção contra casos de qualquer tipo de prática indevida por seus funcionários.

"A Caixa não tem conhecimento das denúncias apresentadas pelo veículo. A Caixa esclarece que adota medidas de eliminação de condutas relacionadas a qualquer tipo de assédio. O banco possui um sólido sistema de integridade, ancorado na observância dos diversos protocolos de prevenção, ao Código de Ética e ao de Conduta, que vedam a prática de 'qualquer tipo de assédio, mediante conduta verbal ou física de humilhação, coação ou ameaça'", informou, em nota ao site.

Uma das funcionárias concedeu entrevista, sob anonimato, à Folha de S. Paulo e contou que em um momento a sós com Pedro Guimarães ele teria perguntado se ela ''estava com ele''. Ela entendeu que a pergunta era em relação ao governo e respondeu que sim.

''Aí quando fui sair, ele me puxou pelo pescoço e disse: ‘Estou com muita vontade de você’. Saí da sala, em choque e chorando", afirmou ela na entrevista à Folha de S. Paulo.

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