A Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou nessa terça-feira (12) que o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho está sedado em assistência ventilatória mecânica, hemodinamicamente estável e sem previsão de alta.
No último fim de semana, ele invadiu uma festa de aniversário e atirou contra o guarda municipal Marcelo Arruda, de 50 anos, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), que revidou o ataque antes de morrer.
Guaranho teve prisão preventiva decretada pela Justiça na segunda-feira (11) pela morte de Marcelo. O caso aconteceu na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, na Vila A, em Foz do Iguaçu, no Paraná, no último domingo (10).
Testemunhas apontam motivação política, mas a polícia ainda investiga o caso. Segundo o boletim de ocorrência, Guaranho teria chegado ao local em um carro branco, acompanhado de uma mulher com uma criança no colo. Ao descer do veículo, se dirigiu aos presentes dizendo aos gritos: "Aqui é Bolsonaro", conforme relato descrito na ocorrência.
Ele deixou o local e 20 minutos depois retornou sozinho. Foi recebido por Arruda e pela esposa, a policial civil Pamela Suellen Silva. O casal se identificou como agentes da segurança pública. O guarda municipal sacou a arma ao mostrar o distintivo. Neste momento, conforme o registro policial, Guaranho efetuou os dois primeiros disparos, acertando a vítima.
Marcelo, por sua vez, revidou e baleou o policial penal, segundo o documento. Imagens de uma câmera de segurança mostram quando Arruda, mesmo ferido e já caído, dispara contra o agente penitenciário. Ele chegou a ser levado até o Hospital Municipal, mas não resistiu aos ferimentos. Ele deixa a esposa e quatro filhos, incluindo uma menina de seis anos e um bebê de 1 mês.
O caso ganhou repercussão nacional e levantou debates sobre violência política nas Eleições de 2022, ao ser relacionado aos discursos do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nessa terça, o presidente ligou por chamada de vídeo para os irmãos de Marcelo, e disse que a "esquerda politizou" a situação e que “nada justifica” o crime cometido por Guaranho. O presidente ainda convidou os representantes da família para se encontrarem com ele em Brasília.
Ao UOL, a viúva de Marcelo, Pâmela Suellen Silva, reagiu com surpresa ao saber da conversa, que considerou um "absurdo". "Não imaginei que Bolsonaro chegasse ao ponto de deturpar a real história, dizer que o cara não foi por motivos políticos lá", disse a viúva.