O policial penal Jorge José da Rocha Guaranho, que matou a tiros o guarda municipal Marcelo Arruda, recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Ministro Cavalcanti, em Foz do Iguaçu, no Paraná, nessa terça-feira (19). De acordo com reportagem do UOL, ele segue internado na enfermaria da unidade.
Guaranho está preso preventivamente sob custódia policial após ser indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe e colocar outras pessoas em situação de risco.
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Ele baleou e matou Marcelo Arruda no último dia 9, durante a festa de aniversário do guarda municipal, que tinha como tema o Partido dos Trabalhadores (PT).
O petista chegou a ser levado para o hospital, mas não sobreviveu. Guaranho também foi atingido por disparos de arma de fogo, disparados por Marcelo, que reagiu aos disparos e atirou no policial, que também foi socorrido em estado grave.
Nesta quarta-feira (20), o Ministério Público do Paraná disse que irá oferecer denúncia à Justiça sobre o caso. Além disso, uma entrevista investigativa para esclarecimentos dos fatos será realizada após o juiz Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, atender pedido do MP. Através do depoimento, outras duas pessoas que estavam com Guaranho no churrasco devem ser identificadas.
Investigações
Na sexta-feira, 15, a delegada Camila Cecconello, responsável por comandar as investigações sobre a morte de Arruda, informou que Guaranho ficou sabendo que uma comemoração com temática do PT estava ocorrendo na Associação Recreativa e Esportiva Saúde Física (Aresf) porque as imagens das câmeras de segurança da festa foram mostradas a ele durante um churrasco.
A identidade da pessoa que tinha acesso às imagens das câmeras não foi revelada. Segundo a delegada, a testemunha afirmou que não teria mostrado as imagens por maldade e não sabia das intenções de Guaranho.
O policial penal saiu do churrasco e esteve na festa de aniversário de Marcelo Arruda por duas vezes, na noite do dia 9. Na primeira, estava na companhia da esposa e um bebê de três meses no banco de trás do carro, com som alto em uma música de apoio a Bolsonaro.
De acordo com testemunhas, ao parar o veículo na entrada da festa e abaixar os vidros, Guaranho começou a gritar palavras de apoio ao presidente, tais como "aqui é Bolsonaro" e "mito", além de fazer xingamentos ao PT. Houve um princípio de discussão entre ele e Arruda, que jogou pedras e terra em direção ao carro. Nesse momento, Guaranho apontou a arma para Arruda e a esposa do guarda municipal, Pâmela Suellen Silva, interveio.
Após deixar a esposa e bebê em casa, Guaranho retornou à festa. Em depoimento à Polícia Civil, a esposa de Guaranho disse que pediu ao marido para não retornar, mas ele havia se sentido humilhado por ter sido atingido por terra e pedras. Já de volta à festa, ele saiu do carro armado - Arruda também estava armado. Guaranho atirou primeiro. Dos quatro tiros que deu, dois acertaram Arruda, que, mesmo ferido, conseguiu revidar com dez disparos, dos quais quatro acertaram Guaranho.
Caído ao chão, Guaranho ainda recebeu diversos chutes no rosto de pelo menos três pessoas. Arruda chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu, deixando esposa e quatro filhos.
A conclusão do inquérito policial indiciou Guaranho por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e por colocar em risco a vida de outras pessoas presentes na festa.