'Sou o único candidato que sabe voltar pra casa se estiver no Cais de Santa Rita só com um VEM', diz Jones Manoel

Comunista defende auditoria no Grande Recife Consórcio de Transportes para melhorar a qualidade do sistema de transporte público do Estado
Renata Monteiro
Publicado em 09/08/2022 às 15:40
Jones Manoel (PCB) é candidato a governador de Pernambuco Foto: Jones Manoel


Candidato a governador de Pernambuco pelo PCB, o professor Jones Manoel afirmou, durante sabatina na Rádio Jornal na manhã desta terça-feira (9), que caso seja eleito, os pernambucanos terão acesso a um transporte público de qualidade, sem altas tarifas e ônibus lotados. O comunista denunciou, ainda, que existe atualmente um cartel entre as empresas de ônibus que atuam no Estado e que é necessário "abrir a caixa preta" do setor, para que os contratos firmados entre o poder público e essas organizações sejam integralmente cumpridos.

"A gente tem o SUS e as pessoas não pagam para ir para o Hospital da Restauração porque a gente entende que a saúde é uma necessidade fundamental do ser humano. E transporte é a mesma coisa, tão fundamental quanto saúde, especialmente em grandes metrópoles. Eu costumo brincar que sou o único candidato nessa eleição que se soltar no Cais de Santa Rita com um VEM, sabe voltar pra casa, porque eu não sou filho de político, não sou rico, sou um trabalhador, filho da classe trabalhadora. Pego e peguei ônibus a minha vida toda", afirmou o candidato.

Na ocasião, Jones Manoel também listou as ações que adotaria nesta área caso estivesse na chefia do Executivo estadual.

"A primeira coisa que a gente tem que fazer é abrir a caixa preta do transporte. Os dados de custo e rentabilidade do Grande Recife não são transparentes. Em segundo lugar, aqui tem um cartel nos transportes da Região Metropolitana. Eu afirmo isso sem medo de errar e conclamo o Ministério Público a olhar com carinho para essa situação. A terceira coisa é que boa parte dos critérios de qualidade nos contratos de concessão não são cumpridos, como a instalação de ares-condicionados nas linhas de ônibus, o que nunca foi feito", destacou o postulante a governador.

"Nossa proposta é abrir as contas, fazer auditoria, desmontando esse cartel e obrigando a cumprir os critérios de qualidade que estão nos contratos de concessão, como reduzir a lotação e o tempo de espera, colocar ares-condicionados, melhorar a segurança do trabalho para os funcionários, reintegrar os cobradores. Isso não é promessa de campanha, é uma afirmação, no governo do PCB os cobradores serão todos reintegrados", completou.

Para realizar todas essas modificações, Manoel afirma que não precisaria aumentar impostos no Estado. "As empresas de ônibus recebem todo ano R$ 300 milhões em subsídios do Estado. Isso, em quatro anos, dá pouco mais de R$ 1 bilhão. Então não há que se pagar imposto. Isso sem falar na série de subsídios cruzados que as empresas de ônibus também têm, para o combustível, para a importação de peças", explicou o professor.

Durante a sabatina, Jones Manoel também falou sobre suas ideias a respeito da economia criativa, desemprego, defendeu a criação de um banco público estadual e a reestatização da Celpe e ainda opinou sobe as gestões do PSB no Estado. Segundo ele, Pernambuco "tem um governo que só olha para a Região Metropolitana e ainda a governa mal".

Comunismo

Ao ser perguntado sobre o que é ser comunista nos dias de hoje, o candidato respondeu citando Dom Helder Câmara. "O anticomunismo é cada vez mais forte na realidade brasileira e uma das pessoas que melhor explicou o comunismo foi Dom Helder, que tem uma frase que dizia que 'quando eu dou comida a um pobre, eles me chamam de santo. Quando eu pergunto por que eles têm pobres, me chamam de comunista'", pontuou.

"O que é um comunista? É aquela pessoa que não aceita a existência da pobreza, da miséria, da desigualdade, da fome, do desemprego, das crianças sem escola, se falta de saúde, do trabalhador do campo que planta e não tem acesso à sua própria comida. O comunismo é a brilhante ideia de que a humanidade tem capacidade de produzir riquezas e cultura para todos e todas e que não é justo nem necessário, ético e humanamente aceitável que a gente tenha pessoas passando fome, no desemprego, sem direitos sociais fundamentais", complementou Manoel.

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