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Aliado de Lula, defende que carta pela democracia seja levada ao ''povão''

'O pedreiro, a doméstica, o garçom, também querem escrever uma carta, porém não tem quem leia. E se ninguém ouvi-los, Bolsonaro será reeleito', afirmou o deputado

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Cássio Oliveira

Publicado em 12/08/2022 às 15:38 | Atualizado em 12/08/2022 às 15:40
Lula e André Janones - RICARDO STUCKERT

O deputado federal André Janones (Avante-MG) defendeu, nessa quinta-feira (11), a necessidade de uma relação mais próxima da esquerda com a população mais pobre do Brasil, que, segundo ele, 'quer ler uma carta, mas não tem quem leia'.

"O povão, a massa, aqueles que decidem as eleições, não entendem o linguajar da elite intelectual que leram a carta hoje. O pedreiro, a doméstica, o garçom, também querem escrever uma carta, porém não tem quem leia. E se ninguém ouvi-los, Bolsonaro será reeleito", escreveu Janones  no Twitter.

Janones se referiu à carta em defesa da democracia produzida pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

"A gente lê a carta no meio do povão, em alguma comunidade! Quem topa?", questionou Janones.

Lula

O deputado que desistiu recentemente de concorrer ao Planalto para apoiar o ex-presidente Lula (PT). Ele também defende que a comunicação digital da campanha do petista promova mudanças urgentes em seus perfis oficiais ou estará sujeita a ser ‘ultrapassada’ por Jair Bolsonaro (PL).

Janones, que pretende contribuir com as estratégias nas redes sociais de Lula, afirma que o avanço de Bolsonaro seria resultado de uma falha de comunicação do petista, que não ocupou de forma efetiva o Facebook e o WhatsApp, redes sociais populares entre os brasileiros.

"Ou a gente sai das fiesps da vida, da USP e do Twitter e tomemos os grupos de Whats, as comunidades, as feiras populares e o interior do país, ou já era. Chega de esperar que o povo venha até nós, é hora de irmos ao povo", escreveu.

Na visão de Janones, a carta não pode servir atingir apenas a elite intelectual do País. A divulgação do texto foi feita em vídeo em que artistas leem o documento. Entre eles, Anitta, Daniela Mercury, Nando Reis, Duda Beat, Maria Gadú, Luísa Sonza, Wagner Moura, entre outros, que já declararam apoio a Lula nas eleições de 2022. Nomes da MPB, como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Chico Buarque e Gal Costa, também estão na gravação.

"Enquanto a esquerda não trocar “renda mínima” por “dinheiro pro povo”, “carta em defesa a democracia” ao invés de “carta em defesa do povo”, e “nossas diretriz de programa” por “nossas propostas para os brasileiros”, o Bolsonarismo continuará nadando de braçadas", diz Janones.

Carta

O documento foi aberto ao público em 26 de julho e assinado por autoridades, banqueiros, empresários, ex-presidentes, atletas e artistas. A carta foi lançada depois de seguidas críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) às urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro. 

A carta diz que recentes "ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o Estado Democrático de Direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira".

Bolsonaro

Sobre a carta, o presidente Jair Bolsonaro disse ser apenas um "pedaço de papel". Ele também criticou o ex-presidente Lula, seu rival na disputa eleitoral, por ter assinado o documento.

Em seguida, Bolsonaro começou a criticar Lula, que, assim como outros petistas, assinou o documento.

Bolsonaro comentou o ato em sua live semanal nas redes sociais. Ele segurava um exemplar da Constituição de 1988.

"Alguém discorda que essa daqui é a melhor carta à democracia? Alguém tem dúvida? Acha que outro pedaço de papel qualquer substitui isso daqui?", afirmou o presidente.

"Já que o símbolo máximo do PT assinou a carta junto com a sua jovem esposa, eu pergunto se o PT assinou a carta em 1988? O PT assinou a Constituição em 1988? E o pessoal faz uma onda agora sobre carta à democracia para tentar atingir a mim. Mas a bancada toda do PT não assinou essa carta à democracia em 1988 e agora quer assinar essa cartinha à democracia", completou o presidente.

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