Presidente do Conselho Científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Politicas e Econômicas (Ipespe), Antônio Lavareda analisou o cenário eleitoral em Pernambuco e no Brasil. O especialista comentou, na Rádio Jornal, o cenário indicado pelo Agregador de Pesquisas JC/Oddspointer após a pesquisa Ipec, divulgada nessa terça (30).
O cientista político fez uma análise em separado do levantamento o Ipec e propõe a desconsideração da margem de erro como forma de se analisar os pequenos movimentos indicados pelo levantamento.
Marília Arraes (SD) continua com 33%, Raquel Lyra (PSDB) cresceu um ponto e chega a 12%, assim como Anderson Ferreira (PL), que chega a 11%. Miguel Coelho (UB) está estacionado com 9% e Danilo Cabral (PSB) pula de 6% para 8%.
"Um ponto percentual parece pouco, mas para a marcha dos candidatos é muito. Cada ponto representa 70 mil eleitores", afirma Lavareda. O cientista político analisa que um crescimento e Marília não seria esperado para esta pesquisa, visto que a candidata já é conhecida em todo o estado.
Sobre Danilo Cabral e o esperado crescimento do candidato governista, Lavareda afirma ainda ser cedo para alertas. É que, nos bastidores da política, estimava-se no início da campanha que o nome indicado pelo PSB estaria, necessariamente, no segundo turno.
"Precisamos esperar mais alguns dias e ver as pesquisas da próxima semana. Essas sim vão sinalizar possibilidade de crescimento de alguns candidatos ou de outros", comentou Lavareda. Danilo Cabral é o candidato com maior tempo de TV, com mais de 4 minutos.
Sobre a disputa pela Presidência da República no Nordeste, o cientista político propõe olhar para a eleição passada à título de comparação. Bolsonaro permanece com 23%, percentual próximo ao obtido na eleição de 2018, enquanto Lula tem cerca de 60%, quase 15 pontos a mais que Haddad na eleição passada.
"O Ciro Gomes (PDT) com 8% tem quase a metade dos seus votantes do passado. Lula cresce arrebatando metade dos eleitores de Ciro há quatro anos", pontua. No segundo turno, Lavareda coloca que os números para o Nordeste também estão próximos aos de 2018 na região.
Apesar de acreditar que Bolsonaro tenha 'estacionado', Lavareda analisa que sua imagem tem melhorado, como indicado pela avaliação do Governo e percepção de economia. A propaganda na TV e no Rádio, iniciada na última sexta, e o debate do último domingo (28).
"A história da nova república não aponta nenhum caso de candidato que tenha começado liderando as pesquisas quando começa a propaganda eleitoral que tenha perdido eleição. Eles chegam na frente no primeiro turno e, quando chegam no segundo, vencem a eleição. É isso que acontece de 1989 pra cá", recorda.