Para Lavareda, ainda é cedo para cravar situação de Danilo Cabral na disputa pelo Governo

Presidente do Conselho Científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Politicas e Econômicas (Ipespe), Antônio Lavareda analisou o cenário eleitoral em Pernambuco
Augusto Tenório
Publicado em 31/08/2022 às 14:19
ANÁLISE Antônio Lavareda vai contribuir para o bom debate sobre Pernambuco e o Brasil Foto: SÉRGIO BERNARDO/ACERVO JC IMAGEM


Presidente do Conselho Científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Politicas e Econômicas (Ipespe), Antônio Lavareda analisou o cenário eleitoral em Pernambuco e no Brasil. O especialista comentou, na Rádio Jornal, o cenário indicado pelo Agregador de Pesquisas JC/Oddspointer após a pesquisa Ipec, divulgada nessa terça (30).

O cientista político fez uma análise em separado do levantamento o Ipec e propõe a desconsideração da margem de erro como forma de se analisar os pequenos movimentos indicados pelo levantamento.

Marília Arraes (SD) continua com 33%, Raquel Lyra (PSDB) cresceu um ponto e chega a 12%, assim como Anderson Ferreira (PL), que chega a 11%. Miguel Coelho (UB) está estacionado com 9% e Danilo Cabral (PSB) pula de 6% para 8%.

"Um ponto percentual parece pouco, mas para a marcha dos candidatos é muito. Cada ponto representa 70 mil eleitores", afirma Lavareda. O cientista político analisa que um crescimento e Marília não seria esperado para esta pesquisa, visto que a candidata já é conhecida em todo o estado.

Sobre Danilo Cabral e o esperado crescimento do candidato governista, Lavareda afirma ainda ser cedo para alertas. É que, nos bastidores da política, estimava-se no início da campanha que o nome indicado pelo PSB estaria, necessariamente, no segundo turno.

"Precisamos esperar mais alguns dias e ver as pesquisas da próxima semana. Essas sim vão sinalizar possibilidade de crescimento de alguns candidatos ou de outros", comentou Lavareda. Danilo Cabral é o candidato com maior tempo de TV, com mais de 4 minutos.

Sobre a disputa pela Presidência da República no Nordeste, o cientista político propõe olhar para a eleição passada à título de comparação. Bolsonaro permanece com 23%, percentual próximo ao obtido na eleição de 2018, enquanto Lula tem cerca de 60%, quase 15 pontos a mais que Haddad na eleição passada. 

"O Ciro Gomes (PDT) com 8% tem quase a metade dos seus votantes do passado. Lula cresce arrebatando metade dos eleitores de Ciro há quatro anos", pontua. No segundo turno, Lavareda coloca que os números para o Nordeste também estão próximos aos de 2018 na região.

Candidatos na TV

Apesar de acreditar que Bolsonaro tenha 'estacionado', Lavareda analisa que sua imagem tem melhorado, como indicado pela avaliação do Governo e percepção de economia. A propaganda na TV e no Rádio, iniciada na última sexta, e o debate do último domingo (28).

"A história da nova república não aponta nenhum caso de candidato que tenha começado liderando as pesquisas quando começa a propaganda eleitoral que tenha perdido eleição. Eles chegam na frente no primeiro turno e, quando chegam no segundo, vencem a eleição. É isso que acontece de 1989 pra cá", recorda.

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