BRASIL

Randolfe pede bloqueio de bens dos Bolsonaro por revelação de compra de 51 imóveis em dinheiro

Reportagem publicada pelo UOL esta semana afirma que 51 dos 107 imóveis adquiridos pelo clã Bolsonaro desde 1990 foram comprados total ou parcialmente com dinheiro em espécie. Prática levantou suspeita de lavagem de dinheiro

Cadastrado por

Katarina Moraes

Publicado em 01/09/2022 às 12:02
JULGAMENTO BOLSONARO INELEGÍVEL: quem são os ministros que vão julgar inelegibilidade de Bolsonaro - EVARISTO SA / AFP
Da Estadão Conteúdo
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado, protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que a compra de 51 imóveis com dinheiro em espécie por familiares do presidente Jair Bolsonaro (PL) seja investigada.
 
A ação pede medidas como bloqueio de contas e busca e apreensão dos celulares e computadores utilizados pelos compradores. O parlamentar é um dos coordenadores da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela Presidência.
Randolfe argumenta que é de interesse público saber a origem do dinheiro utilizado nas transações. "O salário de um parlamentar não justifica esse patrimônio milionário. Por isso, é direito de todos os brasileiros a transparência sobre o uso indevido do dinheiro público", afirmou.
 
Reportagem publicada pelo UOL esta semana afirma que 51 dos 107 imóveis adquiridos pelo clã Bolsonaro desde 1990 foram comprados total ou parcialmente com dinheiro em espécie.

As transações teriam um total de R$ 13,5 milhões, que recalculados para os valores de hoje seriam R$ 25,6 milhões.
 
A prática levanta suspeitas de lavagem de dinheiro por ser considerada "altamente atípica", como disse ao Estadão o chefe da seção brasileira da Transparência Internacional, Bruno Brandão.

Ao ser questionado sobre o assunto, o presidente não negou o teor da reportagem e perguntou "qual o problema" de comprar imóveis com dinheiro vivo.
Randolfe aciona com frequência o Judiciário contra o chefe do Executivo. Como mostrou o Estadão, partiu do senador, e não da Polícia Federal, o pedido que embasou a decisão do ministro Alexandre de Moraes pela quebra do sigilo bancário dos empresários bolsonaristas que defenderam um golpe de Estado em conversa no WhatsApp.
 
O parlamentar foi criticado por aliados do presidente, que o acusaram de assumir função que seria do Procurador-Geral da República. "Combater todos aqueles que querem atentar contra a maior conquista que os brasileiros tiveram nos últimos 30 anos não tem identidade profissional", afirmou o senador.

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