Com informações da Folha de S.Paulo
Equipes do Datafolha estão sendo alvo de hostilidade enquanto fazem pesquisas. Segundo a Folha de S.Paulo, o instituto contabilizou dez casos em cidades das diferentes regiões do Brasil somente nessa terça-feira (13).
Houve intercorrências nos estados de São Paulo, Alagoas, Minas Gerais, Maranhão, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás e Pará.
Segundo a Folha, um entrevistador do Datafolha em Goiânia foi empurrado por um homem que se identificou como bolsonarista e que disse não querer o pesquisador na área.
No Rio Grande do Sul, um pesquisador do Datafolha foi levado para averiguação por um policial que se identificou como apoiador do presidente Jair Bolsonaro. Antes da chegada à delegacia, o policial parou o carro e fez questionamentos ao pesquisador que, na sequência, foi liberado.
Em Alagoas, três homens abordaram uma pesquisadora afirmando que apoiavam Bolsonaro e que deveriam ser entrevistados.
Na maior parte dos casos, de acordo com a diretoria do Datafolha, os eleitores que tentam intimidar os trabalhadores se declaram como bolsonaristas ou citam o nome de Bolsonaro.
Na terça, no entanto, um caso em São Paulo envolveu uma mulher que se apresentou como eleitor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com a Folha, depois de se oferecer para ser entrevistada e ter o pedido negado, ela perseguiu a pesquisadora e começou a chamar pessoas que estavam em um bar para responder ao levantamento.
Datafolha não pode entrevistar pessoas que se oferecem
A Folha explica que os pesquisadores recebem um treinamento que determina que pessoas que se oferecem para entrevistas devem ser evitadas, para que a amostra seja aleatória.
"Como parte do material de todos os pesquisadores são checados remotamente, a transgressão dessa norma leva ao cancelamento automático de todos os questionários desse pesquisador", disse o instituto em nota
Primeiro são sorteadas as cidades que farão parte da pesquisa. Em seguida, os bairros e pontos onde serão realizadas as entrevistas. O instituto também utiliza cotas proporcionais de sexo e idade de acordo com dados do IBGE e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).