ELEIÇÕES 2022

Publicitário revela armação para apoiar Jair Bolsonaro durante a pandemia

Reportagem da Folha de São Paulo conta a história narrada por Beto Viana, publicitário que destrincha um esquema armado para inflar o apoio a Jair Bolsonaro (PL) diante das câmeras postas no Palácio do Alvorada

Cadastrado por

Augusto Tenório

Publicado em 20/09/2022 às 10:29 | Atualizado em 20/09/2022 às 10:31
Bolsonaro revela planos com sua volta ao Brasil, nesta quinta-feira (30). - (Reprodução/Youtube/Luciano Subirá)

Reportagem da Folha de São Paulo conta a história narrada por Beto Viana, publicitário que destrincha um esquema armado para inflar o apoio a Jair Bolsonaro (PL) diante das câmeras postas no Palácio do Alvorada. O profissional diz ter sido pago para fazer coro ao presidente no cercadinho, durante uma das crises do Governo Federal durante a pandemia de covid-19.

O publicitário conta ter sido pago para fazer uma pergunta ensaiada a Bolsonaro. Na ocasião, o presidente estava sendo pressionado após entrevista de Henrique Mandetta, seu seu ex-ministro da Saúde, ao Fantástico. Incisivo, o mandatário negou ter visto o programa televisivo porque não assiste a Rede Globo, emissora vista como rival pelos bolsonaristas.

A cena, de acordo com Beto Viana, foi combinada entre o governo federal e o site bolsonarista Foco do Brasil. Ele teria sido contratado para atuar como apoiador do presidente no cercadinho, onde o mandatário costuma falar com apoiadores sem a presença de críticos. Isso aconteceu no começo da pandemia e o vídeo com as risadas dos bolsonaristas viralizou.

O homem diz ter sido contratado após receber a indicação de um amigo. A conversa para a contratação se deu com um homem identificado como Anderson, que seria do Foco do Brasil, um canal bolsonarista com 2,9 milhões de inscritos no Youtube.

"Aí ele falou: 'Eu vou mandar a pergunta aí no WhatsApp e você faz essa pergunta pra ele. Se qualquer outro apoiador for falar com o presidente, você corta porque o presidente está esperando essa pergunta sua. Aí ele mandou o texto do jeitinho que era pra eu falar", disse Beto à Folha de São Paulo.

De acordo com a Folha, no mesmo dia, ele recebeu uma transferência de R$ 1.100 da conta da Folha do Brasil Negócios Digitais, antigo nome do Foco do Brasil. Segundo Beto, lhe foi dito que seria um adiantamento de seu salário mensal, de R$ 2.000.

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