PERSPECTIVA

Federação liderada pelo PT tem perspectiva de eleger 100 deputados, diz Carlos Veras

Liderada pelo PT, a Federação Brasil da Esperança se equilibra entre concentrar esforços na eleição de Lula já no primeiro turno e tentar formar bancada forte de deputados e senadores

Cadastrado por

Augusto Tenório

Publicado em 30/09/2022 às 18:04 | Atualizado em 30/09/2022 às 18:09
CÂMARA DOS DEPUTADOS novos deputados eleitos são empossados nesta quarta-feira (1) - ROQUE DE SÁ/AGÊNCIA SENADO

Enquanto ainda avalia-se a possibilidade de a disputa pela Presidência da República ser definida no primeiro turno, a certeza para o dois de outubro será a apresentação da nova composição da Câmara dos Deputados e Senado a partir de 2023. Liderada pelo PT, a Federação Brasil da Esperança se equilibra entre concentrar esforços na eleição de Lula já no dois de outubro e tentar formar bancada forte de deputados e senadores.

A federação, formada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Verde (PV), trabalha com a perspectiva de eleger uma bancada de 100 deputados federais. A estimativa é do deputado federal petista Carlos Veras, que foi cotado para disputar o Senado neste ano. Em entrevista ao Jornal do Commercio, enquanto todos os olhos se voltam para o Planalto, ele falou sobre a perspectiva da aliança para o legislativo de 2023.

"Com a federação, a gente pretende dar uma bancada boa, porque a gente tem hoje 56 do PT, 8 do PCdoB e 4 do PV. A  expectativa é de passar, no Brasil inteiro, de cem parlamentares. O número de parlamentares aumenta pela votação concentrada na federação", explica Carlos Veras. O deputado federal destacou que, para fortalecer um eventual Governo Lula, é importante vincular o voto do executivo ao legislativo.

Lula (PT) ao lado de Carlos Veras (PT) - Instagram @carlosverass

Caso dê certo, a federação comandada por Lula pode se tornar a maior bancada do congresso, ultrapassando o PL do atual presidente, Jair Bolsonaro. Isso porque, como determina a Justiça Eleitoral, os partidos devem continuar "juntos" por, pelo menos, quatro anos. Esse mecanismo, a grande novidade da eleição deste ano, serve para trazer mais estabilidade às alianças políticas firmadas em campanha.

Para isso, Veras afirma que a campanha vem trabalhando no discurso de que, além de votar em Lula, é preciso votar em deputados e senadores apoiados pelo ex-presidente. "A gente espera ampliar bem a nossa bancada, a bancada da federação, a bancada do campo popular e democrático, pra gente poder ter uma base de sustentação ao governo Lula, pra poder fazer as mudanças necessárias, fazer as transformações que que o país precisa".

Questionado sobre a agenda de revogação de reformas instauradas nos últimos anos, como a trabalhista e a previdenciária, Carlos Veras considera esses temas como cruciais. O parlamentar elenca, porém, que essa não será a prioridade num primeiro momento.

"A primeira coisa que a gente tem que fazer, desde o primeiro mês, é acabar com a fome nesse país. É o time para gerar renda, gerar emprego. Essa é a primeira tarefa. Conversei muito com o presidente Lula e essa é a essa é a missão de início. Precisamos, já no primeiro ano, começar com tudo", comenta Veras. Ele, porém, reforçou o compromisso de revogação.

Coalizão

Para colocar em prática o "revogaço" das reformas do Governo Temer e Governo Bolsonaro, uma eventual gestão de Lula precisaria do apoio de 257 votos na Câmara. Ou seja, mesmo que o plano saia como o esperado, a será necessária uma coalizão com mais legendas e parlamentares para promover-se as mudanças prometidas durante a campanha.

Nesse sentido, o PT já conseguiu o apoio do PSB, que não integra a federação, mas faz parte da aliança política nacional do partido e tem Geraldo Alckmin na vice de Lula, e do Solidariedade de Paulinho da Força. Outras legendas já flertam com o ex-presidente, como uma ala do MDB de Baleia Rossi e parte do PSD de Gilberto Kassab, que liberou diretórios estaduais para livre apoio na disputa nacional.

"Nós estamos procurando ter uma boa base de apoio, mas será preciso conversar muito com esses partidos. PSD, Republicanos... Muito deles apoiam Lula no primeiro turno, mas a arte da política é o diálogo permanente. (...) Lula tem essa característica de dialogar, construir de forma conjunta.

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