"As forças ligadas a Bolsonaro foram automaticamente apoiar minha adversária", diz Marília Arraes sobre apoios recebidos por Raquel Lyra

A candidata a governadora de Pernambuco, Marília Arraes (SD), voltou a associar sua adversária, a candidata pelo PSDB, Raquel Lyra, ao bolsonarismo. De acordo com a parlamentar, nestas eleições quem é a favor do Estado precisa ter posicionamento sobre de qual lado está no segundo turno.

“As forças ligadas a Bolsonaro foram automaticamente apoiar minha adversária. Tem aí uma lista de pessoas, quase a totalidade delas se não é bolsonarista assumido, é enrustido. Com a gente é diferente, nós estamos alinhando as forças progressistas que estão em torno do presidente Lula", disse a candidata do Solidariedade.

"Essa é a configuração política que está acontecendo aqui em Pernambuco”, completou Marília Arraes, referindo-se aos apoios que a ex-prefeita de Caruaru tem recebido de partidos que defendem a reeleição do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).

“Não dá para no momento como esse no Brasil dizer que tanto faz, que qualquer presidente está bom. Pernambuco não é uma ilha e estamos vivendo um momento de ameaça às instituições, de ameaça à democracia. Não tem como dizer que não é a favor de nenhum dos dois. Então você não é a favor de Pernambuco. Tem que ter posição”, declarou.

Ainda sobre o realinhamento das forças políticas no início deste segundo turno, Marília Arraes também afirmou que está recebendo propostas do PT, PSOL e de outros partidos para que sejam incorporadas ao seu programa de governo. “Muitas das propostas, inclusive, já estavam em nosso programa, nas nossas ideias e intenções”, disse a postulante, em entrevista à Rádio Folha, nesta segunda-feira (10).

Durante a sabatina, ela também foi questionada se teria alguma restrição de subir no mesmo palanque que o prefeito do Recife, João Campos, com quem disputou as eleições de 2020, e do governador Paulo Câmara (PSB), da qual faz oposição. Em entrevista à Rádio Jornal, 24h após o resultado do primeiro turno, Marília havia cravado que jamais "se juntaria ao PSB".

O ex-presidente Lula desembarca no Recife na próxima sexta-feira (14), mas a coordenação da campanha ainda não disponibilizou informações sobre como se dará essa agenda. A campanha de Marília Arraes também está no aguardo sobre a possibilidade deles se reunirem antes do ato público.

“Eu subi no segundo turno de Haddad, em 2018, no palanque com eles. Qualquer divergência que se tenha é menor do que as ameaças à democracia e o que o povo está vivendo com Bolsonaro. A gente tem que se mostrar grande nesse momento”, avaliou Marília Arraes.

No entanto, ela continua afirmando que é candidata de oposição ao PSB, mas que no cenário polarizado que o país está vivenciando, é necessário aglutinar forças. "Quem defende a democracia, quem defende o presidente Lula, está de um lado. E quem defende o contrário, está do outro lado. O PSB já estava com o presidente Lula se juntou a essa mesma tropa por orientação do próprio presidente Lula", explicou.

PRESIDENTE DA ALEPE

A candidata ao Governo de Pernambuco, Marília Arraes, recebeu, nesta segunda-feira (10), o apoio do deputado estadual Eriberto Medeiros (PSB), presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco - o parlamentar foi eleito deputado federal com quase 100 mil votos.

O presidente da Alepe traz também todo seu grupo político para o palanque da coligação Pernambuco na Veia: o vereador do Recife, Eriberto Rafael (PP), Primeiro Secretário da Câmara Municipal, o deputado estadual eleito, Eriberto Filho (PSB), e a prefeita e Cumaru, Mariana Medeiros (PP).

Para presidente da Alepe, Marília representa a defesa da Democracia e o palanque do presidente Lula em Pernambuco. "Estar ao lado de Marília neste segundo turno representa caminhar ao lado de quem sempre defendeu as políticas sociais e o presidente Lula", disse o parlamentar. 

"Marília tem toda a capacidade de governar Pernambuco a partir do ano que vem. Conheço Marília desde que ela era vereadora e sei do seu potencial", declarou Eriberto Filho.