Candidato a vice-governador de Pernambuco na chapa de Marília Arraes (Solidariedade), o deputado federal Sebastião Oliveira (Avante) creditou ao governador Paulo Câmara (PSB) a responsabilidade pelos problemas na malha viária do Estado, embora tenha sido titular da Secretaria de Transportes do Estado nas gestões de Eduardo Campos e do próprio Paulo. A declaração foi feita na manhã desta quinta-feira (27), durante sabatina na Rádio Jornal.
Na ocasião, Sebastião chegou a dizer que faltou "vontade política" ao socialista para realizar investimentos na melhoria das estradas pernambucanas. "O planejamento é apresentado ao Governo do Estado. O secretário planeja, dá sugestões, mas quem segue o orçamento e os investimentos que serão feitos é o governador. Para se ter uma ideia, enquanto o Ceará investia 12% da sua receita corrente líquida na recuperação e construção de Estradas, em 2017, meu último ano na secretaria, Pernambuco investiu 0,15% da receita corrente líquida. Não dá pra fazer absolutamente nada com esse percentual", disparou.
O ex-aliado de Paulo Câmara ainda fez uma comparação entre as administrações do atual governador e Eduardo Campos, falecido em 2014. Segundo Sebastião, enquanto no governo Eduardo existiam reuniões frequentes para expor ao então chefe do Executivo o andamento das ações da sua secretaria, com Paulo ele só conseguiu ter três encontros ao longo dos três anos em que comandou a pasta.
Assista à sabatina completa:
"Quando eu fui secretário de Eduardo, nós duplicamos a BR-408, duplicamos a BR-104, fizemos a primeira PPP viária da Praia do Paiva, fizemos o viaduto da Pan Nordestina, fizemos a recuperação da PE-90, que precisa ser duplicada, eu estava inserido em dois objetivos estratégicos: mobilidade urbana e habitabilidade, e infraestrutura. Por isso, a cada 15 dias eu estava cara a cara com ele, discutindo as metas e resolvendo possíveis problemas que aparecessem. Com Paulo Câmara, em três anos e três meses, eu tive três monitoramentos. É uma decisão política de não investir em estradas", cravou o aliado de Marília Arraes.
Durante a entrevista, Sebastião Oliveira também comentou os problemas da pista do aeroporto de Fernando de Noronha, que foi interditado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para pousos de aviões de grande porte por conta das condições da pista. Segundo o parlamentar, o mesmo problema ocorreu durante a sua gestão como secretário, mas que foi logo resolvido por conta de uma articulação com o Ministério dos Transportes.
"As duas vezes que o aeroporto de Noronha recebeu melhoramentos foi quando eu fui secretário. Na primeira vez, nós pegamos um terminal de 300 metros para 1050 metros na minha primeira passagem pela Secretaria de Transportes. Na segunda, eu consegui articular com o ministro e com a Secretaria Nacional de Aviação Civil para colocarmos a iluminação dos morros para receber voos noturnos. O que aconteceu agora na pista também aconteceu comigo, só não teve alarde da imprensa porque eu tomei as providências junto ao Ministério dos Transportes e conseguimos uma máquina que estava no Rio de Janeiro para fresar o pavimento da pista e tornar o atrito entre as aeronaves maior, mas o investimento na nova pista, que ficou pactuado, não foi feito", pontuou o ex-secretário.
Na sabatina, Sebastião Oliveira também afirmou que não pretende ocupar uma secretaria em um eventual governo de Marília e se comprometeu com o desenvolvimento do interior do Estado. Ao comentar a perda de inserções na TV por parte da sua campanha por associação da imagem de Raquel Lyra (PSDB) à morte de um interno na Funase em 2012, o deputado declarou que a ligação do caso com a adversária está sendo feita pela mãe do jovem, não pela sua coligação.
"É engraçado que Raquel coloca sobre mim a culpa de todas as mazelas das estradas do Estado, embora eu tenha saído da secretaria há cinco anos, mas diz que não tem relação com o caso da Funase. Não sou eu quem está dizendo isso, mas a mãe do garoto", observou o candidato a vice-governador.