O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro Anderson Torres explicou, nesta quinta-feira (12), que a minuta de um decreto que previa instaurar estado de defesa para reverter o resultado da eleição seria triturada. O documento foi revelado pelo jornal Folha de São Paulo, após a Polícia Federal realizar uma operação de bsuca e apreensão na residência do ex-ministro em Brasília.
"No cargo de Ministro da Justiça, nos deparamos com audiências, sugestões e propostas dos mais diversos tipos. Cabe a quem ocupa tal posição, o discernimento de entender o que efetivamente contribui para o Brasil. Havia em minha casa uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado. Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP. O citado documento foi apanhado quando eu não estava lá", disse Anderson Torres numa publicação do Twitter.
Anderson complementou que o documento foi "vazado fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas".
"Fomos o primeiro ministério a entregar os relatórios de gestão para a transição. Respeito a democracia brasileira. Tenho minha consciência tranquila quanto à minha atuação como Ministro", garantiu.
O que foi achado na casa de Anderson Torres
O jornal Folha de São Paulo revelou, nesta quinta-feira (12), que a Polícia Federal encontrou na residência de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do DF, uma proposta de decreto para o então presidente instaurar estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Anderson Torres teve a casa onde mora em Brasília alvo de busca e apreensão na última terça-feira (10), mesmo dia em que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu pela prisão do ex-ministro bolsonarista.
O estado de defesa serve para "preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza"
Apesar de ser uma prerrogativa do presidente da República, a medida precisa ser submetida ao Congresso Nacional.
Anderson Torres ainda está nos Estados Unidos. Ele seguiu para a Flórida, onde também está Bolsonaro, no dia dos ataques às sedes dos Poderes em Brasília.