EXÉRCITO

General defende Constituição como 'guia': 'Somos instituição de Estado, não partidária'

Juarez Cunha, presidente dos Correios no governo Bolsonaro, afirmou que é "recompor as forças" após troca do comando do Exército pelo ministro da Defesa José Múcio

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Emannuel Bento

Publicado em 22/01/2023 às 20:57
FORÇAS ARMADAS General do Exército Juarez Cunha - Foto: José Cunha/Agência Brasil

O general do Exército Juarez Cunha, ex-presidente dos Correios no governo de Jair Bolsonaro, defendeu o apartidarismo das Forças Armadas em publicação realizada em rede social nesse domingo (22).

Juarez Cunha afirmou que é hora de "recompor as forças" e que a Constituição deve ser um "guia". "Somos instituição de Estado, não partidária, não sujeita às turbulências da política partidária", escreveu.

A declaração do general ocorre um dia depois do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, anuncia a troca do Comando do Exército.

O general Tomás Miguel Ribeiro Paiva assumiu o Comando no lugar do general Júlio César de Arruda, designado em dezembro, durante o governo de transição.

Juarez Cunha também publicou uma mensagem direcionada a Tomás Miguel, no último domingo (22).

"Ser militar é ter uma instituição de Estado, apolítica e apartidária. Vamos continuar defendendo a democracia e respeitando a alternância do poder. Palavras absolutamente adequadas no momento e manifesto aqui minha total solidariedade com o Gen", escreveu.

 

Ele endossava o discurso do novo comandante, proferido no Quartel-General Integrado (QGI), em São Paulo, na última quarta-feira. Tomás Miguel chamou os últimos atos no país de "terremoto político".

"Também é o regime do povo. Alternância de poder. É o voto, e quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa. Tem que respeitar. É essa a convicção que a gente tem que ter, mesmo que a gente não goste", disse.

Troca de comando do Exército

A queda do comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, não foi um ato determinado especificamente por Lula, segundo pessoas próximas à cúpula do governo.

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O presidente estava contrariado desde o dia 8 de janeiro com as atitudes de Arruda e fez questão de deixar isso claro para José Múcio.

O pedido de sua demissão, porém, não partiu do petista. Foi Múcio que, após não ver outra forma de resolver o assunto, resolveu colocar um ponto final no episódio e demitir Arruda pelo o que classificou como "fratura na confiança".

Múcio garante punição para envolvidos em ataque golpista

Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou neste sábado que houve uma "fratura de confiança" na relação com o Exército - JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

José Múcio chegou a dizer, em entrevista ao Estadão, não haverá trégua do governo de Luiz Inácio Lula da Silva em buscar cada um dos culpados pelos atos golpistas realizados em Brasília, no domingo, 8 de janeiro. "Vamos virar a página. Esperamos que, agora, possamos inaugurar um novo tempo."

A expectativa do ministro em reinaugurar uma nova fase entre o Palácio do Plano e o Quartel General do Exército começa a tomar forma nesta próxima terça-feira (24).

O novo comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, já anunciou que fará uma reunião com a cúpula militar, para tratar dos rumos e prioridades da Força.

Com informações da Agência Estado.

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