O ex-presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que a eleição de 2022 é "página virada". Ele também declarou que o PL não pretende impedir qualquer votação no Congresso e que a sigla deve colaborar "para que o País não afunde".
O ex-presidente declarou que seu partido deverá apresentar emendas ao projeto de nova regra fiscal que tramita na Câmara. E que a eleição de 2026 só será um tema depois das eleições municipais de 2024. Ele afirmou que a direita existe no Brasil independentemente de sua figura.
O político foi questionado se acha que ficará inelegível, e respondeu que não sabe. Há um processo no Tribunal Superior Eleitoral que pode impedir o ex-presidente de disputar as próximas eleições.
Bolsonaro deu as declarações a jornalistas no Senado depois de ter conversas no gabinete do filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Ele foi questionado diversas vezes sobre a possibilidade de o militar Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, fazer uma delação premiada, mas não respondeu.
Cid foi à Polícia Federal mais cedo prestar depoimento e ficou em silêncio. O militar está preso há cerca de duas semanas por causa da investigação sobre falsificação de cartões de vacinação.
Perguntado se compareceria à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investigará os ataques às sedes dos Poderes em 8 de Janeiro, Bolsonaro declarou que ninguém é convidado para esse tipo de compromisso, mas convocado.
A comissão de inquérito deve ser instalada na semana que vem. A oposição quer usar a CPMI para emplacar a versão de que o governo foi negligente com a segurança, e por isso, tem responsabilidade.
Governistas pretendem conduzir a comissão para aumentar a pressão sobre Bolsonaro e seus apoiadores. O ex-presidente afirmou que repudiou os ataques de 8 de Janeiro. Também disse que alguém vazou seu depoimento à Polícia Federal sobre a suposta falsificação do cartão de vacina.
Cercado de jornalistas, Bolsonaro fez o possível para discursar sobre assuntos que animam seu eleitorado mais fiel. Disse que cortou gastos pessoais quando era presidente, falou sobre a facada que quase o matou em 2018 e afirmou que em seu governo o MST fazia poucas invasões de terras.