O coronel de artilharia do Exército Jean Lawand Júnior, de 51 anos, é formado na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), que fica localizada no sul do Estado do Rio de Janeiro.
Ele é citado em algumas investigações da Polícia Federal (PF) como sendo um dos militares do alto escalão das Forças Armadas que incentivou a tentativa de golpe de Estado logo após as eleições de 2022, onde Jair Bolsonaro (PL) saiu derrotado.
De acordo com mensagens divulgadas pela Veja nesta semana, Lawand cobrou do tenente-coronel Mauro Cid, braço direito de Bolsonaro e ex-ajudante de ordens, que um plano, que teria 8 etapas, fosse colocado em prática.
O plano consistia nas Forças Armadas assumirem o comando do país logo após a derrota de Bolsonaro nas urnas.
"Cidão, pelo amor de Deus, cara. Ele dê a ordem, que o povo está com ele (...). Acaba o Exército Brasileiro se esses caras não cumprirem a ordem do Comandante Supremo", disse Lawand para Cid por mensagem.
Com informações do Estadão
Subchefe do Estado Maior do Exército, Lawand ingressou nas Forças Armadas em 1992, aos 20 anos, na Academia Militar das Agulhas Negras, unidade em que Bolsonaro frequentou antes de ingressar na política.
Ele se graduou em Ciência Militares na academia de preparação de oficiais, em Resende, e fez pós-graduação na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.
O coronel é citado em um Anuário Estatístico da Aman como um dos melhores alunos da época. Lawand obteve a maior média entre todos os alunos que se formaram em 1996.
Atualmente, Lawand ocupa um dos postos mais altos das Forças Armadas. Antes, chefiou o 6º Comando de Mísseis e Foguetes (6º CFA) até dezembro de 2020, ainda como tenente-coronel.
Foi comandante do Corpo de Alunos da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas (SP), e foi o responsável pela primeira turma de mulheres que ingressaram no local, em 2017, por determinação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), ainda em 2012.
A lei previa que a EsPCEx e a Aman se adequassem em cinco anos.
Durante o governo Bolsonaro, Lawand foi condecorado, em março de 2021, no Quadro Ordinário do Corpo de Graduados Efetivos da Ordem do Mérito Militar, honraria para militares, civis e instituições que tenham prestado serviços relevantes à nação brasileira.
Como militar da ativa, o coronel recebe uma remuneração de R$ 25,5 mil mensais. Segundo a Veja, Lawand foi destacado, em fevereiro, pelo governo Lula para assumir o posto de representante militar em Washington, nos Estados Unidos.
A posse estava prevista para 2 de janeiro de 2024, mas, ainda segundo a revista, o ministro da Defesa, José Múcio, deve cancelar a promoção e avalia demitir o militar.
O Estadão procurou o coronel Lawand, mas ainda não obteve retorno. À Veja, ele disse que Cid é seu amigo, que conversavam amenidades e que não se recorda de nenhum diálogo de teor golpista.