Confira o que Ney Matogrosso preparou para o show 'Bloco Na Rua', no Recife, neste sábado; veja entrevista

O cantor Ney Matogrosso retorna aos palcos do Recife no próximo sábado (27), com o show “Bloco Na Rua”, no Classic Hall. Para a apresentação, que foi remarcada devido a pandemia de Covid-19, a casa preparou um esquema especial para obedecer os protocolos de segurança e receber o cantor.

Ney se mostra confiante com o retorno às apresentações, mesmo confessando que já tinha esquecido as marcações do palco. “Mas, como sou eu que invento, comecei a fazer tudo solto, criando”, revelou o artista em entrevista ao Blog Social1.

A turnê “Bloco Na Rua” iniciou em 2019, após o cantor ter passado cinco anos viajando com o show “Atento aos Sinais”. Dessa vez, Ney procurou aumentar o repertório do show e buscou composições de outros artistas para compor o setlist final. “Não é um show de sucessos meus, mas quis abrir mais para o meu repertório. Dessa vez, eu misturei coisas que já gravei com repertório de outras pessoas”, pontua Ney.

O cantor afirma que tem prazer em estar nos palcos e que não quer considerar parar. Pelo menos por enquanto. A turnê “Bloco na Rua” continua nos palcos “enquanto tiver demanda”, sem uma data de encerramento. Por isso, ele acredita que, definir as apresentações como uma turnê, é limitar a experiência da sua apresentação. “Turnê tem data para acabar”, fala.

Aos 80 anos, Ney não para. Mais uma vez, esse projeto começará nos palcos para só depois ganhar outros formatos. “Não quero nem considerar que eu parei por dois anos. Ele é uma coisa que ainda vai longe. Eu tou com agenda até julho, já tudo fechado, até fora do país. A agenda que eu tinha, tudo voltou. Eu tenho prazer em fazer”, comentou confiante.

Novo álbum surgiu do confinamento

Com tanta energia artística que Ney ainda aparenta, o cantor também confidenciou que o seu mais recente álbum de estúdio surgiu do período introspectivo que viveu durante a pandemia. O disco “Nu Com a Minha Música” (2021) foi uma maneira que o artista encontrou de sair da escuridão, segundo suas palavras. “Quando eu comecei a gravar o Nu com a minha música eu sai pra luz. Ele é um registro de um momento, da minha história, da minha vida, da humanidade”, explicou.

O distanciamento social complicou a produção do álbum, mas a equipe deu seu jeito. “Eu tive muitas dificuldades, os tons foram tirados pelo telefone. E isso não se faz. Mas eu gosto muito do resultado. O que aconteceu é que por se tratar por disco de estúdio, que eu não cantei ao vivo, tudo está mais calmo e introspectivo. Foi um bom resultado”, reflete sobre o trabalho.

Retorno ao Recife

A primeira vez que Ney Matogrosso veio ao Recife foi em 1973, com o grupo “Secos e Molhados”. Para ele, uma das lembranças mais marcantes foi o show realizado em um ginásio, “um caso”. Em 2014, em entrevista à Revista Trip, Ney Matogrosso comparou a passagem do grupo pela cidade com o efeito que os The Beatles causavam quando chegavam para seus shows.

Relatos dão conta que uma multidão de fãs rodeava o carro onde estava alguns integrantes da banda. E pasmem: foi preciso até escolta policial para que eles deixassem o local do show. “Até nasceu criança dentro daquele ginásio. Foi uma coisa, era um ginásio lotado, cheio de gente. As pessoas invadiram o show, foi muito bom. E eu voltei várias vezes. Agora não se faz mais”, relembrou.

Quase 50 anos depois, o cantor retorna mais uma vez aos palcos do Recife. A apresentação ocorre no Classic Hall, no dia 27 de novembro, a partir das 21h. Ingressos estão disponíveis para cadeiras, mesas e camarotes, com vendas no Sympla e na bilheteria presencial da casa.

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