Para um craque do time Canarinho a conquista na Ásia teve um gosto especial. Quatro anos após sofrer uma convulsão antes da final da Copa na França, perdida pelo Brasil por 3x0 para os donos da casa, Ronaldo deu a volta por cima em grande estilo. O Fenômeno teve que se recuperar de graves lesões no joelho quando atuava pela Internazionale de Milão. Primeiro, em novembro de 1999, quando pisou em um buraco, torceu o joelho e rompeu o tendão patelar em jogo contra o Lecce.
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A contusão o faria voltar aos gramados apenas cinco meses depois, em abril de 2000. Quando retornou, uma nova aflição. Em partida contra a Lazio, Ronaldo partiu para cima da defesa e quando preparava o drible desabou no chão em lágrimas e com a mão no mesmo joelho. Na ocasião, o atleta teve o tendão completamente rompido. Dessa vez, a recuperação se arrastou por longos 15 meses e ele reestreou apenas em agosto de 2001 pela equipe italiana, menos de um ano antes da Copa e com fãs apreensivos sobre sua recuperação em todo o Brasil.
Mas o destino guardou uma volta por cima triunfante para o craque. Depois de ser um mero figurante no banco de reservas em 1994, com apenas 17 anos, e vice-campeão em 1998, Ronaldo teve uma Copa para chamar de sua em 2002. No entanto, o teste de fogo de Ronaldo para a convocação final do técnico Luiz Felipe Scolari passa por um jogo sem tanto espaço na memória da torcida. Na última partida do Brasil em casa, em amistoso contra a Iugoslávia, em Fortaleza, o atacante vestiu a camisa verde e amarela após dois anos e meio afastado da seleção pelas contusões sofridas no joelho. A partida, encerrada em 1x0 para os brasileiros serviu para o Fenômeno mostrar que estava recuperado e passar confiança para os milhões de torcedores a cerca de dois meses de distância para a competição. No momento que marcou o único gol do confronto, Luizão correu para abraçar o jogador e todo o time se juntou na comemoração para dar o apoio ao craque.
Com a presença assegurada, o brilhantismo entrou em cena e Ronaldo para a história. Com oito gols feitos nos jogos na Coreia e no Japão, o camisa 9 não só contribuiu para o título do Brasil, mas também ganhou notoriedade para a conquista do prêmio de melhor do mundo naquele ano, vencido com larga vantagem para os outros jogadores. Na primeira fase, deixou sua marca em todos os duelos, marcando quatro tentos (um contra Turquia e China e dois ante a Costa Rica).
HORA DA DECISÃO
Nos jogos eliminatórios ampliou o placar nas oitavas diante da Bélgica e foi mortal na semi e na final. Contra os turcos fez, de bico, o gol da vitória. Já na decisão, superou o goleiro Oliver Kahn em duas oportunidades para trazer a taça para o Brasil pela quinta vez. Em um dos gols, inclusive, o arqueiro errou ao soltar a bola quase nos pés do artilheiro. Por ter feito a escolha do melhor do torneio antes da final, a Fifa protagonizou uma gafe ao dar o troféu para o arqueiro alemão em detrimento ao atacante brasileiro. A única apresentação em que o craque não deixou sua marca foi nas quartas de final, diante da Inglaterra. A conquista da Copa, segunda da carreira do craque, o trouxe novamente para os holofotes do futebol mundial e consolidou o nome de Ronaldo como um dos maiores atacantes de uma geração. Ao todo, o Fenômeno balançou as redes 15 vezes em Copas, quatro na França, oito na Coreia e no Japão e três na Alemanha, em 2006.