Por Raldney Alves, da Rádio Jornal
"A regra é clara!" Essa frase se tornou marca registrada de um dos maiores árbitros que o Brasil já teve, Arnaldo Cezar Coelho. Hoje com 78 anos, Arnaldo teve uma carreira marcada pelo pioneirismo: foi o primeiro árbitro não-europeu a apitar uma final de Copa do Mundo, e inaugurou a função de comentarista de arbitragem no país.
O que muita gente não sabe é da ligação do ex-árbitro com o futebol pernambucano. Em entrevista exclusiva à Rádio Jornal, Arnaldo revelou histórias de bastidores de quando era escalado para partidas em terras recifenses.
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"Eu apitava na época que o Santa Cruz tinha um moleque que jogava no juvenil, e que ajudava ali a guardar os carros ali fora, que era o Rivaldo", lembra. "Pra você ver como é a vida, ele era um comprido, e ficava ali batendo papo. Aí dizia 'professor Arnaldo', quando eu deixava o carro na porta do estádio, porque geralmente eu deixava bem longe", completa.
Nostalgia
Também um dos árbitros que mais apitou jogos de Campeonato Brasileiro, Arnaldo lamenta o momento do futebol pernambucano hoje. Na entrevista, a atmosfera dos clássicos locais é relembrada com carinho.
"O futebol pernambucano merecia uma posição melhor, porque o público é apaixonado, os estádios lotados, e tudo. Eu sou do tempo que quando tinha Sport x Santa Cruz, a gente saia do Rio de Janeiro para apitar essas decisões, e era estádio lotado, tinha torcedor com aquela buzina, era uma grande festa do futebol brasileiro apitar um clássico Náutico x Sport, Náutico x Santa Cruz, Santa Cruz x Sport", destaca.
Momento
Quando perguntado se estava por dentro do futebol pernambucano, o ex-árbitro não titubeou, e mostrou estar antenado no momento dos clubes da capital. "Eu estranhei que o Náutico tava tão bem, tão bem, e de uma hora pra outra, virou o fio. Acompanho também o Sport, que podia estar melhor, trocou muito de técnico. E acompanho também o Santa Cruz. É legal de acompanhar"
VAR
O uso do VAR também foi pauta, e Arnaldo é enfático contra a forma que o árbitro de vídeo é utilizado. "Ele (o VAR) foi criado pra dirimir dúvidas quando a bola entra ou não entra, e dúvidas de impedimento. Mas o custo era tão alto que eles ampliaram essas atribuições do VAR. E aí o VAR começa a interpretar lances de bola na mão, de pênalti, e mais de uma pessoa interpretar gera confusão", opina.
"E aí o jogo fica muito chato, o jogo fica muito paralisado, quando tem um gol você não sabe se é gol. Quando tem uma bola de profundidade, o atacante está a três metros na frente, impedimento claro, e deixam correr, deixam o cara chutar em gol, e se a bola entrar, dá a maior confusão", completa Arnaldo Cezar Coelho.
Arnaldo também falou sobre bastidores da carreira, e outros temas em uma conversa que você pode conferir abaixo na íntegra:
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