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Rebaixamento do Sport à Série B foi desenhado há exatos 365 dias

Foi no dia 30 de novembro de 2020 que o Conselho Deliberativo adiou pela primeira vez a eleição do clube e nada mais deu certo

Cadastrado por

Marcelo Cavalcante

Publicado em 01/12/2021 às 0:26 | Atualizado em 01/12/2021 às 8:38
Sport não conseguiu renovar contrato com Paulinho Moccelin - MARCELLO ZAMBRANA/ESTADÃO CONTEÚDO

O Sport fechou seu ciclo de forma melancólica no Campeonato Brasileiro. Foi rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro sem entrar em campo. Viu o Juventude, do seu ex-técnico Jair Ventura, vencer o Bragantino, por 1x0, em casa, e assim o time não tem mais como escapar da degola, mesmo faltando três jogos para encerar a competição. Lamentar pelo fato de ser mais um clube pernambucano a fracassar no cenário nacional. Mas, por tudo que fez na temporada, a queda foi merecida, justa. Os jogadores e comissão técnica que estão agora no clube têm sua parcela de culpa. Mas os grandes responsáveis são os dirigentes, que plantaram o rebaixamento há exato um ano.



Foi no dia 30 de novembro de 2020 que aconteceu o primeiro adiamento da eleição para presidente do Sport. A partir dali, o que se viu no clube foi um festival de acusações, brigas, disse me disse, áudios e vídeos vazados na internet de gosto para lá de duvidoso. Enfim, vexame atrás de vexame. E como não se bastasse uma briga ferrenha pelo poder, onde o ego vai na estratosfera, vieram as renúncias. A sede da Ilha do Retiro viu passar cinco presidentes nesses 365 dias. Algo absurdo. Como acreditar que o time se sustentaria? Sendo duro e sincero: não merecia ficar.

E agora o Leão vai lamber as feridas sem dinheiro. Uma crise tremenda que dá para se ver em sua estrutura. A Ilha do Retiro desgastada. Tanto que o presidente Yuri Romão decidiu mandar os jogos para a Arena de Pernambuco e sabe-se lá quando o clube vai voltar a jogar em seu estádio. Não há dinheiro para uma reestruturação. Nem perspectiva com o rebaixamento. Até porque, com o desgaste que foi a eleição, como unir forças no atual cenário.

O torcedor rubro-negro poderia ter um olha positivo nesse cenário: "Bom, ficou a lição. No próximo ano, vamos nos planejar para voltar à elite". O problema é que não se aprende. E o futebol pernambucano vive um ciclo desgastante que nos coloca bem à margem da modernização do futebol. E aqui, abro leque para Santa Cruz e Náutico que também não tiveram sucesso nas séries C e B, respectivamente. Por erros de planejamento, de tomada de decisão errada e, principalmente, não saber gerir crises. Enquanto não houver auto-crítica no futebol pernambucano, vai seguir caindo. Sem saber onde vai parar.

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