Desde a sexta-feira (17), o Sport está proibido de registrar novos jogadores. A punição, que pode durar até seis meses, foi dada pela Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o órgão que resolve conflitos jusdesportivos envolvendo o futebol, por causa do não pagamento de valores devidos aos representantes do volante Rithely. Esta, porém, não é a única pendência do Leão no órgão.
Ao todo, o número de ações na CNRD chega a 40, segundo o vice-presidente jurídico do Sport, Rodrigo Guedes. O fato preocupa a gestão do clube, isso porque mais do que a complicação financeira, a existência desses casos pode gerar advertências e fazer o rubro-negro ser impossibilitado de contratar novos jogadores por mais tempo.
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“Não temos apenas esse caso de Rithely. Hoje o Sport tem cerca de 40 processos na CNRD, que vêm desde 2017, mas estamos tentando buscar uma solução”, afirmou Guedes em entrevista ao repórter Antonio Gabriel, da Rádio Jornal.
Embora existam cerca de 40 casos contra o Leão, basta um para impossibilitar o clube de inscrever jogadores, isso porque o que gera advertências e posteriormente uma punição é o estágio em que cada caso está.
"À medida que acordos vão sendo descumpridos, as penalidades e castigos vão aumentando. Se você se compromete a fazer uma coisa, mas não cumpre, a CNRD aumenta o castigo. É uma sanção. Existe um escalonamento na legislação que serve para forçar, de alguma forma, o cumprimento dos compromissos", pontuou.
Pagamento de débito até o Natal
Mais cedo, o presidente interino do Sport, Yuri Romão, afirmou ao repórter Marcelo Aprígio, para o Blog do Torcedor, acreditar que o clube deve sanar a dívida até a próxima sexta-feira (24).
“Não sei se fomos notificados sobre a decisão, mas já tínhamos ciência dela desde o dia 15 de dezembro. Mas já estamos fazendo algumas gestões internas do ponto de vista financeiro para chamar o pessoal que ensejou esta punição para o pagamento do débito até a sexta-feira, dia 24”, afirmou o dirigente rubro-negro ao Blog do Torcedor.
Na avaliação do cartola, o fato de a punição ter sido dada agora, às vésperas do final de ano, foi menos prejudicial ao Sport. “Como aconteceu agora no período de recesso, isso nos dá um tempo para buscar solução. Seria pior se acontecesse no começo do campeonato, quando o clube está se preparando e inscrevendo atletas. Se fosse mais para frente, seria muito ruim”, disse, lembrando casos recentes de registro de jogadores pelo Leão.
Se o clube conseguir quitar o débito até o dia 24, antes do ano acabar, a punição terá sido extinta. Isso porque a sanção da CNRD, órgão responsável por mediar e desfazer conflitos entre entes do futebol nacional, acelerando decisões e auxiliando o Poder Judiciário Brasileiro, encerra-se de forma automática quando é comprovado o pagamento da dívida.
A decisão
Segundo a decisão, a câmara já havia emitido uma última ordem processual no fim de novembro, determinando ao Sport a prova de pagamento da dívida até o dia 15 de dezembro. No entanto, o Leão não se manifestou e, consequentemente, não comprovou os pagamentos até a data marcada.
Desta maneira, a CNRD determinou que a Departamento de Registro e Transferências não realize o “registro de qualquer novo atleta pelo clube pelo período de seis meses, a contar desta data."
Outras punições
Esta não foi a primeira vez que o Leão foi punido pela CNRD. Em março, por meio do site oficial, o Sport anunciou o pagamento da dívida com o Sporting, de Portugal, referente a negociação do atacante André, em 2017, além do débito de R$ 1.030.834,97 com o órgão ligado à CBF. Na época, o clube pernambucano também estava proibido de inscrever os jogadores remanescentes e recém-contratados para a temporada.
Desde que o clube foi punido, a diretoria rubro-negra tentava uma negociação com o clube português para que o pagamento da dívida de quase R$ 9 milhões fosse parcelado. No entanto, os dirigentes do Sporting não aceitaram. À época, com a eliminação do time na Copa do Brasil, havia receio de que a situação não fosse resolvida, já que o Sport deixou de ganhar uma gorda cota financeira. Em meio ao imbróglio para resolver a questão na Fifa, o Leão ainda teve que acertar de forma paralela o débito na CNRD.
Em setembro deste anos, poucos meses após ser eleito para a presidência do Sport, o cartola Leonardo Lopes falou à Rádio Jornal sobre como o clube estava lidando com o problemas das dívidas. Na ocasião, Lopes detalhou os planos para fazer os pagamentos a CNRD, como destinar parte do faturamento ao pagamento de débitos com a Câmara.
"A gente vem conversando com os setores da CNRD para tentar fazer algo similar ao que é feito aqui na Justiça do Trabalho, de deslocar um percentual do faturamento do clube ao pagamento de dívidas. Do contrário, seria uma asfixia financeira para o Sport, que já vive em situação delicada", disse Leonardo Lopes.
Essas são apenas algumas entre as dezenas de casos na CNRD, segundo levantamento da gestão rubro-negra. Duas semanas após ser eleita, a nova administração do Sport encontrou ao menos 40 ações envolvendo a CNRD. Na época, o vice-presidente Jurídico do Leão, Rodrigo Guedes, revelou em entrevista ao repórter Antonio Gabriel, da Rádio Jornal, realizada nesta quarta-feira (28), que o valor somado desses casos na CNRD gira em torno de R$ 20 milhões.