O final da temporada de 2020 acabou sendo uma prévia do que seria o ano de 2021. Coincidentemente, terminou neste mesmo ano. Eliminação na Série C - mesmo sendo um dos favoritos ao acesso -, além de conflitos políticos envolvendo as eleições no Arruda, resumem bem o final daquele ciclo. Por outro lado, o início de 2021 prometia trazer algo diferente. Prometia.
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Não é de agora que o Santa Cruz coleciona fracassos na temporada. A última grande campanha do clube Tricolor numa temporada foi o primeiro semestre de 2016, quando venceu a Copa do Nordeste e o Campeonato Pernambucano. O clube tinha acabado de conquistar o acesso para a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro em 2015, mas perdeu força na elite e foi rebaixado.
Novo horizonte?
O torcedor, já com traumas passados do rebaixamento, voltou a ver o clube disputar a Série C e implorou por mudanças internas. E assim foram surgindo movimentos políticos ligados ao Santa Cruz, agindo como forte oposição e articulando mudanças como foi a reforma no estatuto do clube - que veio com a proposta de modernização da Cobra Coral -.
A chegada de 2021, época que seria definido um novo mandatário para o Santa Cruz após diversos adiamentos na data das eleições, foi a oportunidade para renovação na gestão do clube. Vindo como o nome de oposição da então atual gestão, o ProSanta - liderado pelo atual presidente Joaquim Bezerra - acabou assumindo o comando do clube em fevereiro. Após vitória absoluta nas urnas, a esperança de um horizonte promissor estava renovada.
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Não foi bem assim
Com a reforma do estatuto aprovada no Conselho Deliberativo - já em vigor - e com um novo formato de gestão, a nova diretoria do Santa Cruz acabou tropeçando no que seria mais necessário para alavancar o clube naquele momento, ao menos dentro de campo: conhecimento de caso. Ou seja, alguém que saiba fazer futebol em um clube que é, obviamente, de futebol.
A inexperiência na área futebolística foi um ponto que o próprio Joaquim Bezerra assumiu em declarações passadas. Enquanto o novo presidente tentava organizar a casa estruturalmente, o futebol do clube passou a agonizar dentro e fora de campo. O resultado foi visto no final da temporada.
Antes vistos como "salvadores da pátria" pela torcida, com a missão de recolocar o clube na elite do futebol brasileiro, a equipe que formava o ProSanta nas eleições terminou o ano como desafeto da torcida Coral e, ainda, com a missão de tentar fazer as pazes em 2022. Dessa vez, tentando "fazer direito".