Casada com o jogador Garrincha, a cantora Elza Soares, que morreu nesta quinta-feira (20), aos 91 anos, torcida para o Flamengo. O detalhe é que ela sempre dizia que o marido também torcida para o Rubro-negro, apesar dele ser o ídolo máximo do rival Botafogo.
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"O Garrincha era flamenguista. A maior dor dele foi não ter sido aceito pelo Flamengo porque tinha as pernas tortas", revelou Elza ao podcast Futebol Arte, do jornalista André Rizek.
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Ainda segundo Elza, a paixão pelo Mengo continuou mesmo após virar ídolo do Botafogo. "Ele era profissional, respeitava o time que jogava, mas era flamenguista", disse a cantora.
Uma das maiores cantoras brasileiras, Elza foi casada com o jogador Mané Garrincha, considerado o melhor driblador da história do futebol.
A relação entre a cantora e o jogador, porém, não foi um conto de fadas. Pelo contrário. Quando se conheceram, durante a Copa do Mundo no Chile, em 1962, quando Elza se apresentou representando o Brasil, Garrincha ainda era casado. Não bastasse o romance ter o pontapé inicial em uma traição, Elza foi vítima de agressões por parte de Garrincha.
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Elza tinha 32 anos e cinco filhos quando começou a namorar Garrincha. Como o relacionamento dos dois era clandestino, a cantora foi perseguida durante muito tempo, acusada de ter sido o pivô do fim do casamento do jogador com Nair Marques, sua primeira esposa.
Depois de cerca de três anos juntos, Garrincha se divorciou e casou-se com Elza. Em uma entrevista, a cantora contou que a casa em que ela e Garrincha moravam no Rio de Janeiro chegou a ser metralhada durante a Ditadura Militar e isso fez com que o casal fugisse para a Itália.
Os dois tiveram um filho, que nasceu em 1976, e ficaram juntos por 17 anos. O filho do casal, Júnior - ou Garrinchinha - morreu em um acidente de carro, em 1986, aos nove anos de idade.
Garrincha se aposentou dos gramados em 1972. Os capítulos seguintes da sua vida foram marcados pelo alcoolismo e agressões física à Elza. Inclusive, a cantora chegou a ficar com os dentes quebrados, mas não denunciou o marido.
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O alcoolismo de Garrincha também resultou na morte de Dona Josefa, mãe de Elza. Já de volta ao Brasil, em 1969, o então jogador de futebol dirigia embriagado e acabou sofrendo um acidente de carro, onde Josefa foi arremessada para fora do veículo e morreu na hora.
Anos mais tarde, Elza interpretou a canção Maria da Vila Matilde, de Douglas Germano, que aborda a violência contra a mulher. Em um dos trechos, ela canta: "cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim".